O FANTASMA
Lembram-se daquela boneca tão bonita que eu ganhei num certo Natal?
Pois é. Quando já estava prestes a entrar na faculdade, o fantasma da Mariquita cruzou meu caminho. Longe de casa, bem longe, num lugar completamente inesperado. Inusitado até, eu diria.
Durante uma viagem com um grupo de alegres brasileiras, admirando as suntuosas lojas do centro de Buenos Aires, de repente fui tomada por enorme comoção. De queixo caído, o coração batendo forte, soltei um gritinho. Paralisada diante de uma vitrine, chamei as amigas para ver.
Bonecas de todos os tipos ali se encontravam. Morenas, loiras, grandes, pequenas, em pé ou sentadas. Todas bonitas. Minhas companheiras também ficaram impressionadas, não estávamos acostumadas a tanta variedade. Mas elas não conseguiam entender o meu alvoroço, a minha emoção.
É que em cima da porta da loja, em grandes letras rebuscadas, estava escrito aquele nome tão familiar para mim: Mariquita Perez!
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