Para aqueles que estão enjoados de ver as imagens do ataque ou seja lá o que for da Al Qaeda contra os Estados Unidos no dia 11 de setembro de 2001 uma porção de jornalistas nacionais e internacionais estão pedindo que seja reconhecida também a data em que foi derrubado o regime socialista chileno, sob a batuta de Salvador Allende, pelo sanguinário General Augusto Pinochet.
Pinochet recebeu apoio maciço dos EUA através da CIA, e também do Exército Brasileiro, que na época obedecia ordens de uma ditadura, que não respeitava regimes simpáticos a Cuba e ao leste europeu.
Este tipo de informação, que deveria ser passada aos militares das novas gerações e para toda a sociedade civil, é facilmente encontrado em livros, e ao contrário do que muitos possam pensar, ajudam um povo a depurar seus pecados. É óbvio que as forças armadas sempre estão sujeitas aos caprichos dos governantes e na época seguiram diretrizes de Washington D.C. para impedir a continuidade de um regime que foi eleito pelo povo.
O que aconteceu no Chile também foi terrorismo, muito bem orquestrado. A causa do golpe foram as nacionalizações de empresas multinacionais, muitas americanas, que abriram feridas no relacionamento entre os latinos do Pacífico e Washington.
O tema é largamente abordado em obras como "A Revolução Impossível", de Luís Mir, editado pelo Círculo do Livro no início dos anos 90. Os norte-americanos costumam falar do 11 de setembro em Nova Iorque e Washington, mas evitam falar sobre quem sustentava as ditaduras militares na América Latina.
Para que houvesse sustentação das ditaduras foi necessário investir muito capital, treinar torturadores, e acima de tudo, violar todos os direitos humanos, num momento que é registrado como um dos piores da história moderna dos países de língua espanhola e portuguesa da América.
Era apenas uma guerra econômica, mas ganhou suporte ideológico e ainda existem bolsões da extrema direita infiltrados em diversos segmentos sociais.
Para os demais povos latinos o 11 de setembro chileno representa mais do que o 11 de setembro dos norte-americanos. Os latinos foram atacados de todas as formas pelo regime insidioso de Washington D.C. e nada puderam fazer a não ser contar os mortos encontrados. As ditaduras latinas tinham o péssimo costume de sumir com os seus adversários e muitos deles foram jogados em valas ou mesmo no mar para não deixar rastros.
Houve um 11 de setembro mais importante um dia na América, no Chile, e os terroristas eram os norte-americanos, que todos saibam.