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Contos-->No Fim do Arco-Íris -- 08/10/2001 - 21:07 (Edmundo Sérgio de Santana) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Sérgio ouvira a lenda sobre o tesouro no fim do arco-íris quando criança. Sentiu-se preparado e achou que estava na hora de ir em busca desse tesouro, achava que tudo na vida era avaliado em riquezas materiais e não conseguia ver de outra forma. Esperou até que aparecesse o arco-íris, traçou sua rota com detalhes, mochila às costas e pés na estrada.
Dois dias de caminhada e seu caminho se cruzou com o de Eddo, homem que gostava de aventuras e de filosofar sobre a vida, não acreditava nas mesmas coisas que Sérgio, pois achava que o verdadeiro valor do homem estava em seu caráter, em suas atitudes, no seu coração. Mesmo com essas diferenças, Eddo achou interessante a idéia e que poderia ser uma boa aventura, resolveu ir junto com Sérgio, e o tranquilizou quanto a parte da riqueza:
— Não faço questão de parte alguma deste tesouro, encontrarei o meu no caminho.
Sérgio não entendeu muito, mas concordou. Seguindo rumo ao desconhecido, começaram a perceber que a jornada seria bastante difícil, teriam que transpor florestas, rios e uma montanha meio assustadora. Eddo com seu espírito aventureiro não se incomodou, o que não aconteceu com Sérgio, que só pensava se valeria tal esforço em busca de algo que nem sabia se existia. Eddo o encorajava e o motivava a não pensar tanto nesse tal tesouro, que observasse o caminho, e aproveitasse ao máximo. Sérgio ouvia com atenção, mas não conseguia alcançar os pensamentos de Eddo.
Após atravessarem uma floresta, descobriram um belíssimo campo, coisa que estava além da imaginação, um lugar tão lindo que deixaria perplexo o jovem Sérgio. Ao fundo uma cachoeira, ao longo tantas flores que se perdiam na variedade de cores e espécies, um verdadeiro sonho. Eddo, bate em seu ombro e diz:
— Está entendendo o que digo?
Mal terminou de falar e ouviram gritos vindos do lago que se formava abaixo da cachoeira, Eddo não pensou, saiu em disparada. Lá chegando pode perceber que uma jovem estava caída nas pedras e a outra chorava e gritava desesperada. Correu em sua direção e notou que estava desmaiada, prestou os primeiros socorros e descobriu que havia escorregado nas pedras e batido com a cabeça, o que a levara ao desmaio.
Nada grave, situação contornada, um galo protuberante na cabeça de Cris, mas sem consequências mais sérias. Resolveram então passar a noite por ali e apreciar mais um pouco a beleza indescritível do lugar. A jornada que começara apenas com um, agora tinham quatro integrantes. Sérgio deixava claro que estava em busca de suas riquezas materiais, Eddo explicava que ao longo do caminho encontraria seu tesouro, Cris ficou tão agradecida e encantada com Eddo que queria acompanhá-lo onde ele fosse e Lia iria junto com Cris. Estava formado o grupo, quatro pessoas com realidades diferentes, vidas diferentes e idéias diferentes, iam em busca do mesmo objetivo, o fim do arco-íris. Mesmo com ideais diversos o caminho era o mesmo.
Os dias se passaram, as dificuldades foram grandes, Sérgio e Lia já não mais sabiam o que estavam fazendo e nem porquê faziam, o tempo todo Eddo os puxava e os impulsionava. Até que o pior chegou, a montanha. Sérgio olhou para cima e disse:
— Tô fora, nenhum dinheiro no mundo vale este risco, vou voltar.
Lia de pronto levantou o braço e disse:
— Estou de acordo.
Cris olhou para Eddo e disse:
— Confio em você, se for, eu vou junto.
Eddo então virou-se para Sérgio e disse:
— Seu objetivo está do outro lado desta montanha, não consegue enxergar além das pedras? Quando te conheci você tinha um sonho, um ideal, um objetivo, encontrou um grande obstáculo na frente e a primeira coisa que me diz é que não vai conseguir, nem ao menos tentou.
Falou algumas coisas sobre como é importante na vida ter objetivos e lutar por eles. Eddo os convenceu. A subida era realmente difícil mas, um ajudando ao outro e com a confiança que Eddo e Cris passavam foram transpondo tamanho obstáculo e aos poucos foram vencendo o que parecia ser impossível.
Quando enfim chegaram ao outro lado da montanha e para surpresa maior de Sérgio, não havia nenhum tesouro, nenhum pote repleto de ouro, ou o que fosse, nada, apenas a linda paisagem de um vale verdejante e acentuado pelo brilho do sol que já se punha.
Revoltado, Sérgio começou a esbravejar, gritava, socava a rocha e dizia:
— Tanto esforço por nada, tanto risco por nada, nenhuma mísera moeda sequer.
Eddo voltou-se para Sérgio e disse:
— Achas realmente que não ganhou nada com essa jornada? Que de nada valeu todo seu esforço? Mas eu te digo meu jovem, apesar de não conseguir enxergar, ganhou três amigos, amigos que compartilharam com você momentos de alegria, de tristeza, de dificuldade e até mesmo de desespero. Enquanto subíamos esta montanha, nossas vidas dependiam umas da outras, não se lembra quando escorreguei e você quem me apoiou, você que tinha medo acabou me ajudando. A verdadeira riqueza da vida não está num pote de ouro, mas dentro de você mesmo. Durante todos esses dias, ao longo do caminho, tentei lhe dizer isso, mas seu único pensamento era em bens materiais, nem por um momento pensou na riqueza que estava colhendo no percurso. Agora você entende o que quis dizer com ”meu tesouro eu encontraria no caminho”.
Beijou o rosto de Cris, o rosto de Lia e afagou com carinho a cabeça de Sérgio, então sentou-se e foi apreciar o espetáculo que a natureza lhes proporcionava naquele momento.
Sérgio levantou-se, e foi sentar ao lado de Eddo, pediu que Cris e Lia sentassem junto a eles e disse:
— Além da amizade de vocês, ganhei mais uma coisa muito importante, uma nova vida e lhes sou eternamente grato por isso.
Seus olhos encheram-se de lágrimas, estendeu seus braços em volta de todos e disse:
— Aqui, nesta montanha, com este espetáculo que a natureza nos proporciona, eu encontrei o maior tesouro da minha vida, o valor de uma amizade.
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