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Contos-->Revivendo em Curitiba -- 08/10/2001 - 21:14 (Edmundo Sérgio de Santana) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Enquanto o avião sobrevoava Curitiba aguardando autorização para o pouso, Eddo olhava pela janela admirando a vista da cidade verde e vagava nas lembranças de um tempo em que suas preocupações limitavam-se apenas ao estudo, e aos rápidos romances da juventude. Quando tinha 15 anos, conheceu Curitiba, numa viagem que fez com seu pai. Era verão, férias escolares, e ficou dois meses na capital paranaense. Lembra que no início era muito tedioso, seu pai estava a trabalho e ele apenas passeando. Limitava-se a pequenos passeios pelo centro, tentando tirar algum proveito desse tempo livre.

Sorriu ao lembrar que no relógio de flores do Largo da Ordem conhecera Chris, a jovem de sorriso carismático que o envolvera ao primeiro olhar, e fez do restante de suas férias uma marca no seu coração.
– Senhores passageiros – soava a voz do comandante interrompendo suas lembranças – nosso pouso foi autorizado. Tripulação preparar procedimentos de pouso.
Certificou-se de que seu cinto de segurança estava atado e em poucos minutos já estava na sala de desembarque esperando sua bagagem.

Enquanto o taxi trafegava pela Av. das Torres, tentava entender o motivo que o levara de volta, após vinte anos, a esta cidade. Observava o quanto havia mudado, hipermercados, churrascarias, comercio, uma variedade sem fim de novidades.
– De onde o senhor vem? – pergunta o motorista interrompendo seus pensamentos.
– Do Rio de Janeiro.
– Uma linda cidade, mas muito violenta. Veio a trabalho?
– Na verdade, não sei bem por que estou aqui.
Meio confuso o taxista segue com sua tonelada habitual de perguntas e comentários. Eddo, porém, não se incomodava, afinal, ganha a vida com a comunicação, dá palestras, ministra cursos, consultorias. Ao final da corrida, deseja uma boa estada a Eddo e segue em sua rotina pelas ruas da cidade.
Eddo era um homem de muitas qualidades. Não tinha vícios, de postura esguia, cabelos lisos e pretos, olhos da mesma cor, bem educado e simpático. Profissionalmente realizado, conquistou com pouca idade sua segurança financeira, viajava bastante e conheceu muitos lugares. Contudo, não se sentia completamente feliz.
– Bom dia, o senhor fez reserva? – pergunta a recepcionista do hotel, com um simpático sorriso, por trás de um rosto fino, longos cabelos loiros e olhos azuis.
– Sim, está em nome de Eddo.

Enquanto a moça buscava as informações em seu computador, ele observava o saguão. Com uma decoração típica japonesa, o hotel era bastante acolhedor. Ao entrar, em ambas as laterais, sofás de espera, com diversos jornais e revistas, um tapete vermelho estendia-se da entrada, como se aguardando um rei. A recepção ao lado esquerdo com balcão em granito. Os mensageiros vestiam um tipo de kimono branco e calças pretas.
– O senhor poderia preencher esta ficha, por favor?
– Sim, claro.

Seguindo ao longo do corredor em direção aos elevadores, um pequeno lago, à direita, abrigava algumas carpas, e ao fundo uma cascata. Subiu alguns degraus e a esquerda os elevadores. Entrando no quarto o mensageiro lhe deu algumas explicações e desejou-lhe uma boa noite. Parecia ser um aposento confortável. Entrando no no estreito corredor logo se viam guarda-roupas nos dois lados. Um frigobar servido de refrigerantes, cervejas e água e em frente, a porta do banheiro. Uma cama de casal bem arrumada e, em frente à janela um pequena mesa com duas cadeiras. Um rack na parede sustentava a tv e um abajour de cada lado da cama proporcionava uma luz ambiente. Tomou um banho e deitou-se para dormir.

No dia seguinte, resolveu dar um passeio, e foi até o Largo da Ordem, lugar que carinhosamente guardara em suas lembranças. De repente, sentiu alguém lhe puxando pelo braço:
– Tio, Tio – insistia uma menina – dá um trocadinho? - Meio surpreso e ainda sem entender, responde:
– O que?
– Dá um trocadinho? – repetiu a pequena.

Foi então que se deu conta da pobre menina que o abordara.
– Para que você quer dinheiro? – responde ele com outra pergunta.
– Prá comprar comida, ora bolas - retruca a menina, sorrindo.

Eddo sentiu uma simpatia inesperada pela garotinha, que deveria ter uns 10 anos, roupas rasgadas, cabelos castanhos, olhos verdes e aparência franzina, fruto certamente da má alimentação e, um sorriso incomum, considerando a vida que levava nas ruas. Conversaram um pouco e ele resolveu pagar um lanche para a mocinha.
– Como é seu nome – perguntou ele, agora sentado numa lanchonete enquanto aguardavam o lanche.
– Cidinha – respondeu a menina, ansiosa.

Ela então começou a contar um pouco de sua vida. Disse que seus pais tinham morrido e ela havia ficado sozinha, desde então vagava pelas ruas. Contou que uma vez foi recolhida num abrigo para menores e achou que ali poderia ficar por um longo tempo, aprender a ler, escrever, mas sua alegria durou pouco, pois na primeira semana um dos vigias tentou forçá-la a fazer coisas que ela não entendia bem e resolveu voltar às ruas.
– Tio, o senhor já ganhou presente do Papai Noel ? – pergunta Cidinha, agora com a boca cheia pela primeira mordida no seu sanduíche.
– Sim – responde rindo de sua inocência – já ganhei alguns presentes dele.
– Puxa, que legal, eu nunca ganhei presente do Papai Noel.

Neste momento, Eddo percebe seus olhos encherem-se de lágrimas e pensa o quanto essa pobre criança já havia sofrido com tão pouca idade. Recorda dos Natais que passou com sua família, que nunca lhe faltaram presentes nem o carinho de seus parentes.
– Tchau Tio, brigada pelo lanche – e já ia correndo quando Eddo a chamou de volta.
– O que você gostaria de ganhar do Papai Noel? – pergunta curioso.
– Humm – pensa um pouco e responde – uma boneca Tio.
– E onde você dorme? Onde você fica durante o dia?
– Durmo por aí, mas fico sempre nesta praça de dia – reponde, e corre de volta à praça.

No dia seguinte resolve ir conhecer e rever os tão famosos parques de Curitiba, informa-se no hotel qual seria a melhor forma. A recepcionista o aconselha a pegar a Jardineira, o ônibus que circula por quase todos os parques da cidade e indica-lhe o Passeio Público, onde poderá pegá-lo. Já no ônibus, o passeio começa pelo Centro Cívico e então segue, Bosque do Papa, São Lourenço e como tem direito a fazer duas paradas resolve descer e conhecer a Opera de Arame, surpreende-se com a arrojada construção de arquitetura moderna e inovadora. Seguindo, passa ainda pelos Parques Tingui, Tanguá, Gutierrez e outros, resolve então usar sua segunda parada na Universidade do Meio Ambiente, outro projeto que o deixa perplexo, e pensa como seria relaxante estudar num lugar como aquele.

Era um prédio em espiral todo construído em madeira, com uns quatro andares, que podiam ser alcançados por rampas que ziguezagueavam à frente. No último andar podia se observar todo o local por um mirante. Havia um lago e ao fundo aquela que em outras épocas fora uma pedreira. De súbito, leva uma trombada...
– Por favor me desculpe – fala de imediato Eddo, sem sequer olhar para a outra pessoa e tentando juntar algumas coisas que caíram com o encontrão.
– Não tem problema, eu que lhe devo desculpas – também abaixando-se para recolher o que havia caído.
– Eu estava distraído... – somente neste momento ele encara a moça, mas não consegue terminar a frase.
– Não, fui eu que...
– Chris ? – pergunta Eddo ainda meio incrédulo.
– Eddo ? – responde ela com a mesma pergunta.

Vinte anos se passaram desde seu último encontro e ele não conseguira esquecer àquela jovem que tanto o enfeitiçara na adolescência. Passado o choque emocional, tentavam em vinte minutos explicar o que fizeram ao longo destes anos. O tempo foi bastante generoso com Chris, mantendo expressivo aquele singelo ar de inocência juvenil num rosto, agora maduro, de mulher. Seus longos cabelos pretos e lisos brilhavam refletindo o sol daquela manhã.
– Como é bom te ver – fala Chris com ar de romantismo.
– Estou sem palavras – ele responde encabulado.
– O que veio fazer em Curitiba ? – pergunta Chris.
– Acho que agora encontrei a resposta – agora misterioso.
– Em que hotel você está ? – ansiosa ela questiona.
– Estou no Nikko, no centro da cidade.
– Passo lá as sete para te pegar – sem dar chance de resposta a Eddo, e fala – sei onde fica – e dá um carinhoso beijo em seu rosto.

Do mesmo jeito que apareceu, sumiu. Ainda tentou justificar sua pressa, mas em vão, Eddo não conseguiu entender muito, ainda perplexo com a surpresa que o destino havia preparado . Continuou seu passeio, agora um tanto ansioso e eufórico e parou para admirar a beleza daquele lugar.

Sete horas Eddo já estava na recepção do hotel a espera de Chris, que como prometido, no horário chegou. Era perceptível a euforia do casal. Mais que euforia, era a emoção e a alegria , que os deixavam como nos tempos de adolescentes.
– No que você trabalha ? – pergunta Eddo.
– Sou Terapeuta de Vidas Passadas – responde guiando calmamente seu carro – me formei em Psicologia e me cansei das terapias convencionais. Quando descobri a regressão me encantei com o método e resolvi adotá-lo.
– Bem o seu jeito mesmo – brinca Eddo – esse é um universo que me encanta, me fascina. Será que eu poderia fazer uma regressão?
– Mas é claro, basta que você esteja disposto – fala – eu ficaria muito feliz em conduzi-lo.
– Está certo, se você tiver um tempinho amanhã, estou disposto – sem dar muita chance para pensar, ele responde.

Dirigiram-se para Santa Felicidade, o tradicional bairro da gastronomia italiana de Curitiba. Escolheram um pequeno restaurante, aconchegante, e onde pudessem aproveitar ao máximo a presença um do outro. A escolha não poderia ter sido melhor. De ambiente rústico, pouca iluminação, habitual para um jantar romântico, piso em tábua corrida, mesas de madeira forte e pesada, e uma decoração pitoresca, com queijos e salames pendurados nas paredes, também de madeira. Acolhedor o suficiente para enriquecer o clima desejado pelos dois saudosos de outros tempos.

Queriam reviver tudo, como se aquele fosse seu último encontro. Falavam desordenadamente, riam, se olhavam, relembravam. “Aproveite cada minuto do seu dia como se o último fosse” dizia uma frase na parede ao lado de sua mesa. Um tanto providencial para a ocasião.
– O que aconteceu conosco ? – pergunta Eddo, num tom melancólico – tentei por tantas vezes falar com você.
– Éramos muito jovens, e acho que fiquei com medo – baixando a cabeça ela responde – medo de me machucar, de não conseguir suportar, então resolvi fugir, e o tempo se encarregou do resto.
– Senti tanto a sua falta – pegando na mão de Chris – não consegui tirar você de meus pensamentos.

Os olhos de Chris enchem-se de lágrimas. Ela falou de sua vida, das dificuldades, de seu frustrado casamento. Disse que nunca conseguiu tirá-lo da cabeça, e por muitas vezes se flagrava pensando nele. Ele comentou que apesar do sucesso profissional, de sua estabilidade financeira não conseguia ser feliz. Tentou alguns relacionamentos e nenhum deu certo. Sentiu uma força o conduzindo de volta a Curitiba. Talvez a última tentativa de acalmar seu coração. Mas no fundo, de alguma maneira, tinha a esperança de reencontrá-la.
– Eu tenho uma suspeita do motivo dessa ligação – fala Chris em tom misterioso – talvez consigamos descobrir na sua regressão.
– Como assim ? – meio atônito pergunta ele.
– Prefiro não falar agora – mantendo o mistério ela responde.
– Tudo bem, eu confio em você.

No dia seguinte, conforme combinado, Chris passou cedo para pegá-lo no hotel. Ela não tinha compromissos e foram então passear. Resolveram almoçar no Largo da Ordem, ele queria lhe mostrar alguém, e manteve segredo, até o momento que aquela voz familiar falou:
– Tio, dá um trocadinho? – puxando o braço de Eddo e reconhecendo-o – foi o senhor que me pagou o lanche ontem né?
Os dois riram e ele perguntou:
– Quer almoçar conosco?

Chris ficou encantada com a menina. Não podia negar, havia um elo, uma energia, algo inexplicável entre eles, mas o que ?. A menina comeu o que podia e ainda comentou:
– Sabe gente, vocês nem sabem a quanto tempo eu não como assim, vocês são legais – sem tirar os olhos do suculento bife.

É difícil conter as lágrimas com tanta inocência transformando-se em degradação. Uma criança que deveria estar na escola, ter um lar e uma alimentação adequada, estava ali, suplicando aos transeuntes trocadinhos para poder se alimentar. Abraçados, eles olhavam para aquela pequena criatura, tão pura e sorridente, tanto que não conseguiam entender de onde vinha tamanha vivacidade.
– Cidinha – falou Eddo – eu tenho um presente pra você.
– Jura? Que legal Tio, o que é? O que é? – irradiante ela perguntava.
– Veja você mesma, abra – entregando-lhe um pacote.

Era a tão sonhada boneca, com tudo que tinha direito. Vinha com enxoval completo, seu maior sonho. Os olhos da pequena brilhavam de alegria, ela pulava, não sabia o que fazer. Mostrava para Chris os detalhes, a cor amarela dos cabelos, o vestido preto de festa, o par de tênis brancos. Não se conteve e pulou agarrando Eddo pelo pescoço num caloroso abraço de agradecimento. Beijava Chris, Eddo, abraçava os dois, o momento mais feliz até então. Sem entender por quê, aquela menina havia cativado a ambos.

Mais tarde no consultório de Chris, estavam prontos para começar a terapia. Ela pediu que deitasse no sofá, o mais confortável possível, e respirasse lenta e profundamente. Com algumas técnicas, foi fazendo-o relaxar, esquecer do meio que o cercava, limpando cada vez mais a mente.
– Vou contar de dez a um, lentamente, respire fundo, suavemente – falava Chris numa doce voz, ao clima de penumbra, silêncio total – 10... 9... 8...

Ao chegar em um, Eddo estava completamente em transe. Chris então sugeriu que ele fosse regredindo no tempo... e de repente:
– Eu vejo uma colina, estou numa trilha, descendo, é muito bonito – em voz tranquila narrava – agora vejo uma aldeia, minha aldeia, um grande lago do lado direito, um bosque do outro lado.
– Quem é você? – pergunta ela.
– Meu nome é Angus, tenho cabelos negros e abaixo dos ombros, olhos verdes, sou forte e caço animais para alimentar o povo da aldeia.
– Em que ano você está?
– Não sei. Mas estou em algum lugar na Escócia. Uma moça vem correndo em minha direção. É Farena, minha irmã, veio me dar as boas vindas.

Neste momento Chris sente um calafrio invadir-lhe o corpo. Contém sua emoção e continua.
– Como ela é ?
– Magra e não muito alta. Cabelos pretos e olhos verdes também. É muito meiga. Ficamos muito unidos depois que nossos pais morreram. Trabalha no Castelo. Um mensageiro avisou que eu chegaria e ela chamou Mary.
– Quantos anos você tem?
– Não sei, sou jovem. Estou ansioso para chegar na aldeia, quero ver a doce Mary, minha amada. Ela é linda, cabelos cor de fogo, cacheados, de postura esguia, e olhos azuis, parece uma rainha.

Os olhos de Chris enchem-se de lágrimas, uma alegria contida por centenas de anos, uma espera intensa e emocionada, da qual não fazia idéia, até este momento. Sabia que tinha vivido em outra vida um grande amor, o verdadeiro amor, sua alma gêmea. Contudo, não podia imaginar que o encontraria agora. Secou seus olhos e prosseguiu.
– Vamos avançar um pouco mais no tempo, no dia que o sol e a lua se encontraram – sabia exatamente onde queria chegar, pois também viveu nesta época, e queria poder ouvir dele o relato daquele dia fatídico.
– Estou correndo, é noite, vou ao castelo – agora sua voz está ofegante, preocupada – Farena mandou me avisar que o Duque descobriu – ele se debate um pouco, como se esquivando de alguma coisa pela frente. A mão, empunhada na cintura esquerda, como se segurando, em prontidão, a espada.
– Onde você está agora? – pergunta ansiosa Chris.
– Cheguei no castelo – continua – vejo Farena, ela vai me ajuda a entrar, conhece as passagens secretas. Acendo uma tocha. Os corredores são estreitos, o chão é de terra e tem muitas pedras. Um cheiro desagradável de mofo. Muita umidade nas paredes. Vejo esqueletos pendurados pelas mãos numa sala.
– Ela sabe onde está Mary ? – interrogativa, ela busca nas palavras dele a história que já conhece.
– Sim. Está me levando aos aposentos dela. É sua criada pessoal. Pretendíamos fugir hoje, mas algo deu errado. A passagem sai atrás da lareira. Chegamos. Mary está nervosa, mas quer fugir comigo. Voltamos pelo mesmo caminho. Olho por todos os lados procurando guardas, não vejo nenhum. Escuto um gemido, olho para trás e vejo Farena alvejada por uma flexa no peito – Eddo fica apreensivo – ela nos protegeu com seu corpo, pego-a nos braços, ela me diz para fugir, implora e me diz num último suspiro, que nos encontraríamos novamente, e morre em meus braços.

Chris, contendo sua emoção ao relato, sugere que Eddo retorne e que se lembre de todo o episódio ali vivido. Lentamente ele vai voltando a si, recuperando a realidade, até, por fim, despertar por completo.
– Minhas suspeitas se confirmaram – numa suave e tenra voz, afagando os cabelos de Eddo ela fala – somos nós dois.

Chris havia explicado que era possível reconhecer pessoas que viveram em outras vidas, com pessoas que convivem na vida atual.
– Isso explica a forte ligação que sempre tivemos, mas, e Farena, quem poderia ser ?
Chris olha no fundo dos olhos de Eddo e diz:
– Quem você acha ?

Então, em poucos minutos, lá estavam, os dois, no Largo da Ordem.
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