Usina de Letras
Usina de Letras
139 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62237 )

Cartas ( 21334)

Contos (13264)

Cordel (10450)

Cronicas (22537)

Discursos (3239)

Ensaios - (10368)

Erótico (13570)

Frases (50636)

Humor (20031)

Infantil (5435)

Infanto Juvenil (4769)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140810)

Redação (3307)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6193)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Artigos-->Os Asnos de Buridan -- 18/09/2003 - 14:57 (Don Pixote de la Pança) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
"OS ASNOS DE BURIDAM



Nivaldo Cordeiro

www.nivaldocordeiro.hpg.ig.com.br

16/09/2003



É conhecida a estória de que os asnos de Buridam morreram porque, estando com sede e com fome, postos diante de água e de capim não souberam escolher por onde começar, entre beber ou comer. Pura burrice? Não. O que a estória esconde é que os asnos não queriam nem comer e nem beber, queriam mesmo era morrer, em impulso suicida. As

aparências enganam.



A fábula pode bem ser aplicada aos brasileiros que lideram o processo político e econômico, as autoridades e os empresários. Vejamos alguns

exemplos de impulso suicida escondido atrás da burrice aparente e que estão nos jornais de hoje.



O primeiro caso está na coluna da Sonia Racy do Estadão. Lá está informado que o empresário Paulo Cunha, do Iedi, em palestra ontem na UERJ, afirmou que o grande problema é que a situação do Brasil nas últimas duas décadas fez com que o "espírito animal" dos empresários adormecesse e se tornasse mal-condicionado. Que é preciso que as

empresas financiem seu crescimento com recursos próprios". Quem haveria de discordar? O problema é que Paulo Cunha, assim como a elite empresarial do Brasil, alinha-se com os políticos socialistas,

cujas intenções de elevarem a carga tributária nunca esconderam. Ora, quem financia, apóia e vota em candidatos que querem destruir o

capitalismo pela via tributária está imbuído de impulso suicida. Ao contrário do que Cunha diz, o "espírito animal asnático" dos

empresários nunca esteve tão acordado.



Outro caso notável é a notícia de que o governo vai permitir descontos consignados na folha de pagamento dos trabalhadores de empréstimos parcelados junto a bancos e outras instituições

financeiras, na suposição de que assim se estaria fazendo um bem aos ditos trabalhadores. Quando eu trabalhei no extinto Ministério da Administração, pude participar da decisão do então ministro Bresser Pereira, de impedir que tal desconto fosse feito na folha de pagamento dos funcionários públicos, uma vez que se constatou que um número muito grande de pessoas estava na mão de agiotas, que cobravam altos juros e corriam poucos riscos. Alguém acredita que o crédito pessoal terá sua taxa significativamente baixada? Alguém acha que os assalariados no Brasil ganham o bastante para pagar a taxa de juros que vige no mercado? O que veremos é muita gente entrar na armadilha dos agiotas, sem direito a suspender pagamento, que será descontado

na fonte, sem choro e nem vela. Risco zero para os financiadores e todo o risco para os desavisados, em geral os que ganham pouco. É o

espírito asnático de novo agindo, em impulso suicida.



A melhor ficou por conta da notícia de que o vice-presidente, José Alencar, voltou a defender um "choque heterodoxo" na economia, tendo

afirmado "no final da noite de segunda-feira que o modelo clássico que vem sendo seguido pela equipe econômica do governo `é equivocado , segundo matéria inserida no sítio da Agência Estado. Ele ainda afirmou que o País "tem de pagar uma taxa 20 vezes superior à dos países com os quais tem de competir, só para segurar a inflação". Como diríamos lá no Ceará, é idéia de jerico, jumental. Choque heterodoxo é apenas uma expressão para dizer exorbitância estatal e

indisciplina monetária, a mesmíssima que tem lançado o Brasil na desgraça em que estamos metidos, desde sempre. Nunca se aplicou

modelo clássico algum por aqui. O que se tem feito são remendos para manter a solvência do Estado com os credores. O dr. Alencar, na

qualidade de empresário, deveria mesmo é pleitear a redução drástica nos gastos públicos e na carga tributária, único choque capaz de fazer retornar o progresso econômico em nosso País. O impulso suicida aqui sequer é velado. É mais claro que a luz do dia. Como o Brasil escapará da catástrofe com seus dirigentes suicidas caminhando céleres em busca do abismo?



Dizem que o Diabo, quando aparece, tem patas de asnos. Deve ter mesmo. Estamos vendo o mal galopando a crina solta nos salões freqüentados pelos poderosos. Valha-nos Deus!"







Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui