Usina de Letras
Usina de Letras
20 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62285 )

Cartas ( 21334)

Contos (13267)

Cordel (10451)

Cronicas (22540)

Discursos (3239)

Ensaios - (10386)

Erótico (13574)

Frases (50673)

Humor (20040)

Infantil (5458)

Infanto Juvenil (4780)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140818)

Redação (3309)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1961)

Textos Religiosos/Sermões (6209)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Humor-->Ode ao Cão -- 14/11/2008 - 18:09 (Fernando Werneck Magalhães) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
"Data venia" de Alzhie, o traiçoeiro “alemão”, louvo Byron, o Lord, por também ter embarcado nessa de fazer ode. No caso dele, a uma peça da estatuária grega. Mas isso aconteceu há tanto tempo que já até esqueci – a ode e a peça. Saída: perguntarei à minha fessôra – pessoa responsável por eu escorregar em assuntos do gênero.

Mas se foi válida a homenagem escultural que ele prestou – a um ser inanimado, uma urna –, por que não exaltar as qualidades morais de um ser senciente como o cão? Segundo o poeta De Moraes, o Vinicius – que até a semana passada eu só conhecia de livro e voz, mas lhe fui então apresentado em pêlo, digo, em pessoa no cine Academia, aqui na corte petista –, a amizade do cão pelo Homem só perde para o uísque, pois neste o nobre sentimento já vem engarrafado, o que o torna mais fácilmente portátil, mesmo à falta de alça. Se a tivesse, até a minha geladeira o seria!

Galopando de volta ao assunto ode, aproveito o ensejo para aqui revelar, para Pernambuco e o Mundo, um “secreto” segredo familiar: meu pai, que nunca foi poeta (antes, um prosaico leitor), resolveu, porém, poetar num incerto dia que caiu há uns 20 anos, em justa homenagem ao fiel Judeu. E, aí, “meus carrrrríssimos irmãos”, diria o germanofílico padre que encontrei perdido na Miguel Pereira da minha juventude, ...

(Acho que ele carregava nos erres por ser primo os franceses, cujo maior vacilo, na minha franca opinião, foi decidirem se tornar francos, ao invés de permanecerem gauleses para todo o sempre - como o grande Astérix!).

... cabe um esclarecimento. Que só me disponho a fazer por exceção, para vocês, preguiçosos leitores, não ficarem mal acostumados. Como bem lembrou um tempo atrás Jereissati, o Vossa Excelência Tasso do Ceará, eu, como o Chacrinha, a esta viemos – e ainda estou! – com a recomendação expressa de só confundir, e não para desperdiçar a minha hermenêutica com apedeutas e gentinha afim. E, aqui, abro incontinenti uma segunda exceção, pois, por definição (qual? sexual?), nunca fui homem de ter (ou seguir) regras, muito menos exceções.


Infelizmente, não posso parar de escrever, senão as minhocas que namoram as minhas idéias geram outras idéias mais, com conseqüências demográficas imprevisíveis – e, portanto, com potencial devastador, como, mui acertadamente, Malthus já advertia Ricardo no começo do século XIX.

Mas digam-me - quem foi, afinal, o Judeu? Única resposta crível: foi o cão do meu falecido irmão Afonso, ou seja, o cachorrinho que o meu falecido irmão achou na rua revirando lata e que acabou encontrando abrigo junto ao Paulinho Fukuhara. Amigo meu em Brasília, acabou ele tropeçando no meu ir,mão em Arraial do Cabo, para onde ambos se transferiram com armas e bagagens.

Imagino que na praia, pois esta era a praia deles. Do Afonso, posto que ele curtia frescobol e pescarias – vício, aliás, de que veio a falecer –, e do Paulinho, que lá fez-se empresário. Na noite fatídica, o Afonso tinha ido pescar, como de costume, no Pontal do Atalaia, audacioso que sempre fora. Dia seguinte, como não retornara à casa, sinal de alarme geral!

Entre outras providências, cabia trazer ou rebocar o seu Fusca Sucatão para casa. E com ele deveria vir o cão. Mas não! Foi nessa contingência histórica que o Judeu revelou a que veio: mansíssimo até então, de repente virou fera e não permitiu que ninguém se aproximasse do BMW, digo, fusquinha. Sabia apenas – grego e, portanto, sábio que era – que o Sucatão Temeridade pertencia ao Afonso, seu dono e amigo – e que ninguém o tocasse, senão o próprio! Caso contrário, armaria um barraco!

Para encurtar e, assim, poder terminar esta estória antes da novela das oito, entre os seus amigos, havia um que trabalhava com o meu irmão no ateliê de artesanato que instalara nos fundilhos da própria casa. Esse rapaz, cujo nome minha memória não consegue recuperar nem com doses cavalares de melatonina – no que revela solene indiferença às cutucadas que lhe dou introduzindo pauzinhos chineses “zorelha” adentro –, também veio a usufruir o privilégio de compartilhar a amizade do cão – em via dupla.

Só a ele o Judeu permitiu que desse partida (com chave de fenda) no motor do carrão e o levasse para casa. E, depois disso tudo, fica-me uma certeza. Que de novo pisei na bola, pois onde visei ode, daí saiu crônica com um toque - de todo involuntário - de humor, confuso que sou depois que tal me tornei!






Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui