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Cartas-->Anjo da Noite - A mentira sempre vem a tona -- 20/12/2000 - 00:14 (Marcos Freitas de Souza) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
São Paulo, 19 de Dezembro de 2000.

Prezados Amigos

No começo desse ano eu fui para a praia com alguns amigos meu, imaginem a bagunça que foi sete homens em uma casa, tentando fazendo comida, mantendo a casa limpa, cada um tentando organizar suas roupas, mas nada saia perfeito naquele lugar, admito que é muito difícil viver sem uma mulher, elas são mais jeitosas com as roupas e comidas, tudo na casa era bem dividido, todos levaram comidas de suas casas para serem prontas lá, eu com uma ingenuidade fora do comum levei lasanha, quando eu a tirei da minha bolsa todos riram de mim, porque ninguém sabia preparar aquilo, uns trouxeram arroz, outros feijão, montamos uma dispensa quase perfeita, pois faltavam muitos itens, mas nada que não desse para suportar os sete dias que iríamos ficar na praia, nos levamos aparelho de som, cds (eu levei os meus da dupla Sandy e Junior), televisão, na mesma hora ligamos o som e fomos todos para varanda zoar, mas tudo não durou mais de 15 minutos, logo chegou o sindico de prédio dizendo que aquele Condomínio era de respeito e não era permitido o som daquela altura, nos estávamos na praia, afim de curtição e acabamos parando em um condomínio cheio de pessoas idosas, que não gostavam das nossas musicas nem de nossa presença, o tempo que passamos lá tivemos agüentar os cochicho e falatórios pelos corredores, eu não entendia o motivo de tanta implicância, nos não éramos tão chatos assim, só gritávamos muito, deixávamos o som um pouco acima do volume necessário, mas isso é algo normal para quem está em um local querendo passar uns dias se divertindo.
O litoral estava muito cheio, as ruas com muitos turistas querendo se refugiar do tumulto de São Paulo, somente aquele prédio que foi estragar tudo, numa manhã, não me lembro necessariamente o dia, eu acordei mais cedo, e fui para o corredor do prédio tomar um ar, pois ele dava vista para a serra do mar, o apartamento ao lado estava aberto, logo pensei, mais turistas querendo passar uns dias na praia, passaram se alguns instantes que eu estava lá matando o meu tempo, eis que surge uma senhora, devia ter uns 60 anos, ela me perguntou se eu era neto da Dona Josefa, imediatamente eu disse que não, e deduzi que a Dona Josefa era a avó do Fabio, o amigo que cedeu o apartamento, ela reclamou que há muito tempo não via Dona Josefa, e perguntou se eu sabia de noticias, com eu ouvi no caminho que o avô do Fabio tinha falecido, eu logo falei sem pensar: - O marido dela morreu, ela me olhou assustada e me disse que o marido dela tinha morrido a mais de 20 anos, eu fiquei totalmente sem jeito, tinha que me livrar daquele conversa imediatamente, então eu disse que o marido que morreu era o do segundo casamento, a mulher não pode se conter, ficava se lamentando, não cria que a Josefa tinha se casado e nem convidado ela, e o pior de tudo ficava falando no sofrimento de sua amiga por ter ficado viúva pela segunda vez, ela estava muito nervosa, então eu sugeri que ela entrasse para o seu apartamento e tomasse um pouco de água e depois descasasse, para a minha alegria ela fez o que eu sugeri, eu também fiz o mesmo que ela, entrei para o apartamento onde estávamos hospedados e passei o dia inteiro pensando no que tinha feito, estava preocupado no que essa mentira poderia resultar, todos os meus amigos foram para a praia, mas eu não pude ir, estava pensando na pobre senhora que eu deixei preocupada, e o pior que não fiz com má intenção, depois de muito tempo de reflexão eu tomei coragem e fui até o apartamento dela, toquei a campanhia e em seguida ela me atendeu, estava com marcas de expressões no rosto, logo se via que estava muito preocupada, ela estava se arrumando para sair, e vi que estava muito apressada, perguntei se ela tinha um minuto para falar comigo, ela disse que não porque estava se arrumando para ir à São Paulo ver a Dona Josefa, eu disse não para ela não ir, mas ela já estava com as chaves do carro e se dirigindo a porta, tentei impedir, mas não adiantava ela estava com muita pressa, dizendo que a serra estava congestionada e que não podia perder tempo, ela se desculpou pela presa e andou rapidamente para o estacionamento, eu fiquei sem saber o que fazer, não sei o porque disse tudo aquilo, entrei no apartamento e fiquei esperando o retorno dos meus amigos, quando eles chegaram eu já fui logo conversar com um outro amigo meu, o Marcio, perguntei a ele se o avô do Fabio morreu, o dono do apartamento, ele disse que não, falou que o avô que morreu era o outro, eu fiquei em desespero, mas não deixei nada transparecer, fiz aquela senhora perder um dia de sol na praia, e ainda por cima vai se saber as situações que ela dirigiu aquele carro até São Paulo, conforme o tempo se passou eu fiquei mais sossegado, pensei no lado bom da historia, eu fiz duas amigas se reverem, pareciam que não se viam a muito tempo.
No outro dia voltei para São Paulo, ainda bem que não tinha mais nenhum dia para ficar ai, fiquei pensando na possibilidade de encontrar aquela senhora furiosa gritando comigo, mas não foi assim, depois de alguns dias o Fabio me ligou perguntando se eu sabia quem tinha falado para a vizinha que o avô dele faleceu, eu fiquei totalmente se graça ao telefone, e fui logo contanto que fui eu, e expliquei tudo o que houve, ele ficou com raiva de mim, também não é por menos, eu fui imaturo, não medi as conseqüências dos meus atos, mas com o passar do tempo nossa amizade voltou a ser o que era antes.
Aprendi com tudo isso que a verdade vem a tona, não importando quantas mentiras ponhamos para encobri-la, e que a melhor maneira para você se livrar dela é sendo sincero consigo mesmo, assumir os seus erros e suas falhas, pode demorar o tempo que for as pessoas reconheceram a sua atitude heróica de ter assumido o seu erro, quando poderia ter jogado outra mentira para encobri-lo.

Anjo da Noite
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