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cronicas-->Nem toda mentira é mentirosa -- 06/01/2015 - 09:12 (AROLDO A MEDEIROS) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Nem toda mentira é mentirosa

Aroldo Arão de Medeiros

É com empolgamento que falo novamente do Helinho, meu ídolo. A primeira citação que fiz dele foi no livro Viajando com as palavras, sem contar os diversos fatos que conto sobre ele e esqueço de passá-los para o papel.
Helinho, a pedido da esposa do seu Carlos Costa foi à cidade chamar o médico da família, para socorrer o Costinha que estava passando mal. Saiu afoito, de bicicleta, com destino à residência do Dr. Irineu Carneiro. Lá chegando recebeu a informação de que o mesmo se encontrava no Clube Tours jogando cacheta, e para lá se deslocou. Deixou a bicicleta em frente ao outrora majestoso edifício e entrou, cumprimentando um cara que o acompanhou por um pequeno espaço de tempo. Conversou com o clínico e na volta pensou: "Que cara feio aquele que cumprimentei".
Aí é que reparou que havia se enganado. A pessoa à qual havia dirigido a palavra na entrada, era ele mesmo, pois havia um grande espelho ao lado do hall.
Doutra feita confessou-me que estava pescando e viu um disco voador e dele viu saírem cinco ETs, verdinhos, que ficaram apreciando a bela vista da lagoa. Escondeu-se sob uma canoa emborcada e aguentava a respiração o mais que podia. Provavelmente a cor da pele, tal qual o escorpião, transmutou-se para verde, durante os mais longos cinco minutos de sua vida, em que escutava somente o som de seu próprio coração, enquanto o disco voador permanecia estacionado à beira d´água.
Ele nunca teve os trejeitos do Pedro Malasarte, personagem de Mazzaropi no cinema. Este vivia nas matas e suas mentiras, ingênuas, faziam parte da sobrevivência. Helinho vivia nos arredores da cidade e contava os causos para dar alegria ao ambiente e ter mais amigos para compartilhar com ele momentos felizes.
O trabalho fazia com que mantivesse contato com madames e doutores. Assim ele tratava seus fregueses. Certa vez foi entregar um trabalho no sítio de Dona Sónia. A madame que naquele dia tinha dado folga à empregada, pergunta ao Helinho.
- Sabes matar galinha?
Ele como tinha visto a mãe fazer aquilo com eficiência, respondeu que sim. Ela pediu para que ele pegasse uma penosa que pretendia ensopar para a família. Helinho preparou-se arregaçando as mangas da camisa e as pernas da calça e correu atrás da futura falecida. A ave arisca e barulhenta deu um suador no Helinho, que mesmo com enorme fadiga, agarrou-a e puxou o pescoço. A "maledeta" escapou das mãos, e mesmo sem a cabeça, deu uns dez passos e caiu moribunda. Helinho, todo sujo de sangue, entregou a galinha à Dona Sónia, e na outra mão carregava o pescoço como um troféu.
Numa das poucas férias que tirou, foi visitar um primo no Rio de Janeiro. Com uma barca a motor partiram para uma pescaria. Estava em pé, quando visualizou algo grande sob a água. Abaixou-se e um tubarão de dimensões espetaculares voou sobre a cabeça, atravessando a barca. Falou-me que era um tubarão sombreiro, que ataca ao conceber a sombra de quaisquer coisas.
Como acredito piamente em tudo que ele fala, concluo que as histórias são verdadeiras, com pitadas de pequeninas mentiras que servem para ficarem mais interessantes.
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