Soneto a um botão de rosa que morreu
Existe um jardim.; e nele um botão de rosa.
Brotou de repente, e eu nem o notei.
Até que a promessa de uma flor amorosa,
Tomasse ao botão um tratamento de rei.
Pois que cobri de carinho aquela flor,
Fiz de tudo, eu que enxergava na promessa
Que se esse botão desabrochasse, sem pressa,
Seria o dono de todo o meu amor.
Mas mesmo com tanto zelo, a flor morreu.
A cor se foi, o encanto desapareceu.
Hoje, apenas uma pétala resiste.
Eu não senti dor nem surpresa, quase nada.
(Há muito essa rosa andava adoentada),
Mas o jardim, talvez, fique um pouco mais triste.
Rogério Penna
nov./2001
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