Soneto à uma lágrima teimosa que me escapou
Quem é você, que nasce e se escorre?
Água, só. Talvez um pouco de sal.
E pensas que o traço por onde corres,
Escreves que aqui há algo de mal.
Deixe de pretensão, lágrima tola
(Não mais que uma lagrimazinha à toa).
Pois pra talvez entender o que há
Terias que vir tomar o meu lugar.
Tente entender que amor que não dói
É casa de areia, maré destrói.
O amor não pode ser assim, fugaz.
De nós, só eu sei sentir o abandono.
Pois mais que sal e água, sou carbono.
Aquiete-se então e me deixe em paz.
Rogério Penna
nov./2001 |