Soneto de espera ao lado do telefone
Enquanto espero, eu tento imaginar
O que tanto te ocupas, cá, nesse momento,
Para que mantenha-me assim, neste tormento,
Esperando, pois prometestes me ligar.
Preocupo-me. Será que está tudo bem?
Será que esquecestes desse moço que tem
Tanto carinho a derramar nos teus ouvidos,
Um beijo tão certo nesse amor indeciso.
Confiro o sinal, ajeito o telefone.
Parece uma voz em Lá, que diz teu nome
Ponho-me louco, maluco de ansiedade .
A espera me enche a cabeça de minhoca,
Ao que os olhos baixam, num sono de saudade.
E essa merda de telefone que não toca.
Rogério Penna
out./01 |