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Humor-->Encontro com Shakespeare -- 22/11/2008 - 17:58 (Fernando Werneck Magalhães) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Como todo tailandês sabe (se não sabe, que leia as minhas crônicas para desaprender o que pensava que sabia), o Bardo teria nascido em 1564 - se é que ele nasceu de fato. Por falar em fato, vamos a eles - mas de camiseta, pois fez calor ontem.

Finda a fase espectral, retroencarnei em Marlowe, que não li, mas cujo estilo algo rústico posso ter herdado por osmose. Esse dramaturgo, como todo mundo sabe, também nasceu (antes de morrer, suponho) no mesmo ano de 1564, só que seis meses antes de Shakespeare! Isso lá em Canterbury, pertinho, portanto, de Stratford-upon-Avon, onde tomei muita cerveja com o Bardo, antes de ele (Marlowe) ser mui justamente assassinado.

Sempre que penso em Shakespeare, surge, entre as minhas idéias, a lembrança do fabuloso Brutus, que era uma espécie de Sêneca melhorado, isto é, honesto. No fundo, sua ambição era conseguir tornar-se, a um só tempo, homem de ação (ou seja, um chefe político e militar) e filósofo estóico de escol.

Não me lembra que tenha enriquecido e talvez por isso mesmo – ou seja, por não ter entrado no mercado financeiro depois de sua passagem pelo Bank of England – fosse respeitadíssimo em todo o Império Romano, que, buscando conquistar ainda maior respeitabilidade, uniu-se, eternamente, ao Reino de Portugal e Algarves.

Não só por Cassius, o "bad guy" da peça, encarregado de fazer o serviço sujo da "redentora" que acabou com César, mas também pelos seus inimigos-em-armas, como os aliados de Marco Antônio. Este ficou, na verdade, mais conhecido nas altas rodas cariocas por ter feito o mais fabuloso e ambígüo discurso fúnebre da história – em que, fingindo elogiar os revoltosos, conseguiu levantar a rube plebe romana contra eles – e por suas "ficadas" com Cleópatra, cujo nariz aquilino, como se sabe, era simplesmente irresistível.

Acho “inté” que o conheci em Londres (o dito cujo nariz) e, se ninguém me viu, devo tê-lo acariciado de forma voluptosa, enquanto entoava Juca Chaves:

"Como falam mal deste nasal
Que é tão normal
Ouço diariamente muita gente feliz
Dizer que ele maior do que o busto da Lolô
Dizem até que é maior do que o sorriso do Nonô!".

Mas isso não posso afirmar com certeza. De facto, só disponho de argumentos economicamente sólidos e econometricamente robustos para garantir que, como tantas vezes já disse antes, eu vivo em outro plano (digo, planeta). Pior: não sei se, na batata, existo como pessoa física ou jurídica - ou se virei uma pedra, formosa forma que, segundo os especialistas, Hitler teria assumido (ao invés de gambá) para poder continuar circulando por aí, clandestinamente, entre nosotros.

Tendo jurado, porém, que só diria a verdade e somente a verdade, aproveito a oportunidade para revelar mais uma das minhas execráveis heresias: discordo dos meus gurus budistas ao questionar o fato de que renascer como pedra constitua demérito. Eu, pessoalmente, sou muito grato a várias delas, que, aliás, me iniciaram na própria arte de meditação budista.

Certa vez, consegui até ficar meia hora sem piscar os “zolhos” – motivo de incontido, porque entusiástico, aplauso recebido do meu oftalmologista, que, ao fazê-lo, levou em conta os mais diversos aspectos do fenômeno, não só os esotéricos (com “s”), como também, e principalmente, os exotéricos (com “x”). Segundo ele, mais cinco minutos, e eu, mulçulmano por falta de opção na vida, entraria gloriosamente no Nirvana, cercado de virgens por todos os lados, ainda que acometido por grave afecção do globo ocular.



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