Era soberano na formulação de seus conceitos tão sábios. Tinha uma grande capacidade de ajudar os que dele se aproximavam. E era muito amado por isso. Mas não percebia que era carente de um carinho muito especial que não conhecera na infància.
Sua vidinha atribulada negou-lhe muitas coisas que fariam sua felicidade mais compensadora.
Mas lutou e conseguiu sair de seu Pequeno Mundo. Hoje, o vendaval conflitante da poesia joga-o contra à s emoções do mundo e ele se vê ali, perdido. Sua mente é dividida entre a emoção e a razão. Embora queira mostrar ao mundo a sua capacidade de combinar um equilíbrio perfeito com toda a confusão que lhe atribula o ser.
Não satisfeito, ou ciente de seu infortúnio, foi morar no alto da montanha azul, bem pertinho do céu.
De lá, ele pode observar o mar, o mundo, as pessoas... E ainda ter a alegria de ver o horizonte, magnífico, onde o sol perenemente doura todo o cenário e o seu rosto calmo. É uma vista deslumbrante com alguns barcos e gaivotas a sobrevoar as ondas...
Não poderá sair de sua montanha azul. Pois, se o fizer, quem acenderá a luz daquele sol? E as suas gaivotas, quem lhes vai curar as asas quando se ferirem, por um, ou outro, vóo inadvertido? |