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Humor-->Dopando-me de Meditação Budista para Escrever -- 28/11/2008 - 11:33 (Fernando Werneck Magalhães) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Em seguida a uns exames somáticos complicados que realizei já neste século, fiquei sem poder dirigir por alguns dias. E isso, em Brasília, se converte, necessariamente, em isolamento quase total do mundo ou significativo aumento de gastos correntes, pois a corrida de táxi é cara, para quem reside nos cafundós do Judas, como eu entao, ainda que tenha o seu lado muito divertido para papagaios como eu de novo.

Houve dia, contudo, que tive uma rara oportunidade de deixar a toca. Razão: refazer uns exames de sangue que eu jamais recomendaria às pessoas saudáveis. Mas, como dizia, isso serviu-me de passeio, deu para arejar idéias, conseguir mote para mais uma estorinha. Vamos a ela, portanto.

Como a estatística nos garante, mesmo quando a bruxa está solta, ainda assim algumas coisas podem dar certo. Por exemplo, tive sorte de ser atendido imediatamente, pois a maquininha que emite senha abriu-me uma exceção. O impacto agregado dssas maquininhas, contudo, é meio complicado, a se crer em Ricardo (cap. XXI, “On Machinery”, do seu “Principles of Political Economy and Taxation”).

Amicíssimo dele, aliás, era o padre Malthus (que depois virou pastor, antes de se tornar monge de uma seita budista esteticista, fundada pelo meu padrinho Nelson). Voltando ao maquinário. Este, se de um lado facilita a vida dos clientes, podendo até levá-los à Lua, de outro elimina oportunidades de emprego – o que preocupa políticos em véspera de eleições, famílias e economistas, nessa exata ordem. Passado o momento cívico, essa ordem se inverte, não sei por quê, por um passe de mágica.

Logo defrontei-me com uma funcionária – que me pareceu novata na função, ao menos naquela filial do Lago Sul – a conferir meus dados pessoais, senão íntimos. Até aí tudo nos conformes. Depois, perguntou-me a moça se eu era o titular do convênio. Modestamente, respondi que não – que era só o príncipe Phillips (e que não me confundisse com a homônima pasta de dentes, excelente, aliás!) ou dos Cromados, se ela assim preferisse me identificar, se carioca fosse, maior de 60 anos.

Imagino que a funcionária não entendeu patavina, nem eu dispus-me a esclarecer-lhe todas as dúvidas que a atormentavam. Assim procedi, porque, sinceramente, estou convencido de que um pouco de mistério confere um certo colorido à existência – os cristãos que o digam (e os judeus os refutem), com a impagável estória da Santíssima Trindade. E aqui apresento a minha verdade: que mistérios existem, existem – da mesma forma que as bruxas -, mas milagres, essa não!

E, não muito distante do mundo dos mistérios, logo ali na esquina, localiza-se o mundo das ambigüidades. E, sem elas, o que seria feito de uma boa parte da literatura moderna? Mas disso entendo pouco, pois minha cultura literária (ao menos a brasileira) começou com Machado, tropeçou em Graciliano em terminou com o Cony. Minto: que seria de mim se não tivesse havido, entrementes, o Campos de Carvalho?

Limitava-me, por razão ignota, a escrever estas crônicas e ler Economia – o que, para um dos meus desaparecidos mestres budistas, representa uma forma única de meditação budista “tong-len” – técnica usada, no Tibete – mas só em caso de calamidade pública ou (na) privada. Mas, em conversa ontem com amigos na Oca da Tribo, argüi a obviedade de que, embora a Economia nunca consiga explicar “tudo de nada”, o conhecimento dessa ciência (aliás, cada dia mais orçamentária) sempre ajuda a entender “algo de tudo”!



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