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Cartas-->Guto, saudoso amigo -- 29/01/2008 - 18:58 (Beatriz Cruz) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Guto, saudoso amigo


Antes de você nos deixar assim, naquela pressa horrorosa, sem avisar nada, eu havia escrito esta carta. Mas nem deu tempo de mandar... De vez em quando leio e fico pensando naquela época em que éramos crianças e nos divertíamos lá na fazenda.


Mamãe e tia Marina ficavam sentadas ali naquela murada em frente da casa em cadeiras de balanço, tricotando...
Lembro bem dos patos e gansos que corriam atrás de nós quando atravessávamos o imenso galinheiro para ir à casa do seu Aderaldo. E dos coelhos numa “casinha” comendo couve. A dona Mariquinha, mulher dele, fazia café de rapadura no coador de pano e aquele bule grandão passava horas na chapa do fogão de lenha. Eu adorava. Agora imagino o gosto duvidoso dele...

Tinha a fábrica de queijos... E a gente saía de lá mordendo “bonecos” que desfiavam. Mas o cheiro do lugar era muito forte e desagradável. O chão todo molhado. Também lembro da olaria e das crianças (nós) fazendo “coisinhas” de barro.

E o Mingo, que tocava acordeão mas só sabia cantar Luar do Sertão e uma outra... Às vezes ficávamos em volta da fogueira de noite, enrolados em cobertores e ele tocando só essas duas músicas.

E o Gordo? Todos caçoavam dele, a gente dizia que os cavalos nos entendiam e ele acreditava. Ficava falando com eles para ver se diziam “sim” ou “não” com a cabeça.

Tinha o Angelo, aquele amigo mais velho que não gostava muito de nossas brincadeiras. Era chato quando eu tinha que vigiá-lo (por causa da caça ao tesouro), ele ficava me ameaçando, era alto e andava depressa. Eu dava um duro danado pra correr atrás dele.

Lembro das aulas de catecismo que eu dava para as crianças da fazenda. Tinha um menino que não conseguia fazer o sinal da cruz só com a mão direita, na metade ele trocava de mão. No final do mês de julho vinha o padre e fazia a primeira comunhão e um monte de casamentos.
Lembra da corneta? (de corno mesmo). Tia Marina tocava na hora das refeições. De longe a gente escutava e tinha que voltar pra casa. Quem não chegasse logo levava bronca.

Ah! Guto, que pena você não estar mais aqui. Já pensou se pudéssemos conversar sobre tudo isso agora, “ao vivo”? Íamos dar muitas risadas!


Beatriz Cruz
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