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Cronicas-->Nem o fuzil, nem a faca. -- 26/05/2015 - 16:03 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

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Nem o fuzil, nem a faca.

Publicado por Fabricio Rebelo

Em março, ao comentar o quadro da segurança pública no Rio de Janeiro, o secretácute;rio José Mariano Beltrame afirmou que o inimigo número um no combate ao crime no estado era o fuzil. Ele se referia ao armamento largamente utilizado pelas organizações criminosas, jácute; tão comumente retratado em imagens repetidas à exaustão na mídia sobre o poder de fogo dos bandidos. A julgar pelos mais recentes destaques de violência na capital fluminense, a visão do secretácute;rio abrange apenas parte de um problema muito maior.

O ataque a um idoso em um ponto de ônibus lotado, a morte de um ciclista na lagoa Rodrigo de Freitas, a violência contra uma mulher nas proximidades do Fashion Mall, o roubo à turista chilena na Glória e o desfile incessante de menores praticando assaltos a qualquer hora no Aterro do Flamengo têm em comum outro instrumento de ataque: a faca. Num raciocínio simplista, superficial e aligeirado, poderia estar aí identificado um novo inimigo a ser combatido, como, aliácute;s, jácute; sugerem enquetes com indisfarçácute;vel flerte sensacionalista e até a OAB. É, porém, mais um erro crasso.

Combater a faca, o instrumento de ataque agora em evidência, repete a lógica – no caso, a falta dela – vista com o desarmamento, que retirou as armas da sociedade civil, mas, como reconhece Beltrame, manteve o fuzil (e tudo mais que queiram) com os criminosos. Por que seria diferente agora? Não seria, por óbvio.

Se é para eleger responsácute;veis diretos pelo desastre de nossa segurança pública, esqueça-se a faca. A culpa não é dela, como nunca foi da arma de fogo, seja o revólver que defendia o cidadão, seja o fuzil do traficante. Em qualquer caso de ação criminosa, o culpado é quem age por trácute;s do instrumento, quem puxa o gatilho, desfere a facada, atira a pedra, dácute; a paulada ou espanca sua vítima. É o agente que precisa ser combatido, não o meio que ele usa.

O traço comum a qualquer desses ataques, ainda que variácute;veis sejam os instrumentos, se estabelece num conceito que atua como cúmplice dos agressores: a impunidade. É ela que aflora quando se esclarece menos de 10% dos nossos quase 60 mil homicídios por ano, a mesma que permite que um menor suspeito de assassinato tenha quinze passagens por casas de acolhimento, de onde sempre saiu no mácute;ximo em duas semanas. É igualmente a que concede a criminosos uma inesgotácute;vel série de benefícios, como indultos, “saidões” e afrouxamentos de regime, utilizados para reincidir no crime em mais de 75% dos casos.

 

Juntando impunidade a um modelo estrutural firmado na premissa de que a sociedade deve ser o mais frácute;gil possível, sem qualquer chance de autodefesa e na exclusiva dependência de forças policiais deficitácute;rias, o resultado não pode ser outro além do caos. Seguimos numa maquete macabra, manipulados como bonecos indefesos à espera do próximo ataque, contra o qual nada parece poder ser feito. Um sistema autofácute;gico, deteriorando a uma velocidade jácute; incalculácute;vel, enquanto se busca factoides para disfarçar as ruínas que jácute; nos cercam. E o que virácute; depois das facas?

Fabricio Rebelo

Fabricio Rebelo

Pesquisador em Segurança Pública.

Pesquisador em Segurança Pública, Bacharel em Direito, Assessor Jurídico no Tribunal de Justiça do Estado da Bahia. Advogado (1998-2002). Analista Judiciácute;rio (TJBA, 2002). Assessor Jurídico Autácute;rquico (IPRAJ, 2002-2004). Procurador Autácute;rquico (IPRAJ, 2004-2005). Assessor de Desembargador (TJBA, 2005...

 

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