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Contos-->COINCIDÊNCIA?!? -- 11/04/2000 - 23:32 (Mario Galvão) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
(*)

A única esperança que restava a todos era alcançar a nave.
O grupo de seres, de escamas róseas e longo focinho fino, deslocava-se rápido em meio aos pântanos do extremo sul do continente polar daquele planeta, único reduto ainda atingido pela poeira radioativa que, com rapidez espantosa, vinha envolvendo mais e mais o planeta, liquidando até com as formas mais rudimentares de vida existentes.
Era preciso chegar até a nave e deixar o planeta o mais urgente possível, em busca de outros sistemas planetários da galáxia que não tivessem sido envolvidos pela loucura nuclear.
Tão logo haviam disparado os foguetes e ganhado o espaço exterior, a paisagem que haviam deixado para trás ia progressivamente sendo envolvida pela escuridão, pela poeira e pela morte.
Dias depois o comandante, tripulação e passageiros contemplavam pelos visores a aridez de um planeta que se autocondenara a transformar-se em um bólido de rochas sem vida a vagar pelo infinito negro do espaço.
Havia ainda que se concentrar em uma nova esperança.
Alcançada as proximidades da velocidade da luz, impulsionada pelos incríveis motores fotônicos, o hiperespaço abriu-se em miríades de luzes e traços esfuziantes, permitindo à nave a busca de outros sistemas estelares, onde se poderia encontrar algum planeta compatível com a forma de vida dos fugitivos.
Os computadores de bordo trocavam incessantemente informações e dados. No interior da nave, pequenos seres de escamas vermelhas, uma nova geração, recebia a cultura e os ensinamentos dos de sua raça, preservada em uma enorme coleção de vídeo-informativos e na mente dos velhos répteis da geração que escapara do planeta condenado.
Finalmente a esperança transformou-se em acolhedora realidade num sistema onde uma estrela amarela tinha orbitando à sua volta oito planetas, um dos quais, o terceiro, com atmosfera, água em oceanos e rios, e muito oxigênio. As condições eram ideais para continuidade da espécie a bordo da agora nave-colônia.
Orbitando em volta do planeta, os sensores da nave puderam captar a intensa atividade de mais de 10 bilhões de seres inteligentes na superfície.
Algum tempo foi necessário para estudo aprofundado, que visava assimilar a civilização dos possíveis hospedeiros. Os estudos, entretanto, levaram à uma terrível realidade. Não poderiam ficar ali por muito tempo.
Um mês daquele planeta mais tarde, um grupo de cientistas do Planeta, acompanhados de suas mulheres e filhos, no deserto do continente que chamavam de Austrália, recebem uma delegação de visitantes alienígenas.
Juntos conseguem concluir, rapidamente, a construção deuma nave interestelar. Trabalham rápido e febrilmente. Não há tempo a perder.
Agora são duas as naves que se afastam do sistema da estrela amarela, em busca do hiperespaço e de uma nova oportunidade. Ambas levam os sobreviventes de raças insanas que se autodestruíram em uma catástrofe nuclear, buscando algum canto do universo, perdido entre as galáxias, onde seja possível soletrar de forma permanente a palavra paz, uma vez que a loucura nuclear parece ter tomado conta de toda a vida inteligente do Universo, quase que em um mesmo momento.
Havia sido só uma coincidência?!?
Na próxima estrela, no próximo planeta habitável e habitado, está a resposta.
Eles estão seguindo viagem para lá. Pequenas crianças rosadas e pequenos lagartos verdes iniciam a bordo de duas naves a possibilidade de um futuro sem preconceitos de espécie, forma, raça e de côr.

(*)publicado originalmente no jornal O VALEPARAIBANO em 1982.


Mário Galvão é jornalista e profissional de RP
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