Nunca faça seu retrato
Da palavra que eu escreva
Nem presuma algum maltrato
No verso a que me atreva
E sobretudo perceba
Que não me julgo melhor
Ou até gajeiro mor
Da velha nau dos poetas
Porque pelo mar das letras
Sou às vezes o pior
Certas coisas sei de cór
Porque tenho de saber
A experiência a valer
Desde o meu fado menor
Às notas de tom maior
Algo tinha de me dar
E um homem se quer cantar
Por amor de uma mulher
Sofre sempre o que não quer
Para seu sonho lograr...