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Cartas-->Caro amigo Zé Carlos -- 26/02/2008 - 12:52 (Beatriz Cruz) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Caro Amigo


Outro dia você falou com saudosismo das cartas... e se lembrou dos papéis especiais, dos selos, da sua disposição para ir ao correio. Eu também gostava de escrever cartas, ainda gosto até hoje. E daqueles tempos idos, tenho lembranças que vão do prazer em mandar notícias até a tortura da espera de respostas. Três ou quatro dias para a missiva ser entregue no Brasil, e não menos de uma semana no exterior. Até que o destinatário se dignasse a responder, ir ao correio e que a dita chegasse a minhas mãos, era tempo demais!

Em um dos aniversários na adolescência, ganhei papéis com meu nome impresso em letras douradas. Tinha até uma velinha e o timbre para o lacre. Um luxo! Todo mundo gostava de receber minhas cartas, por causa disto e das várias folhas escritas, mas resposta que é bom...

Isso sem falar na figura do carteiro. Por volta das onze horas ele passava na minha rua e se eu estivesse ansiosa por alguma cartinha, não me agüentava, ficava olhando pela janela, à espera do momento em que ele virasse a esquina. Se colocasse envelopes em nossa caixa ao lado do portão, eu descia correndo. Quantas vezes me decepcionei ao tirar dali contas para papai, propagandas e cartas para os outros!

Muitas vezes eu escrevia, escrevia e guardava os envelopes na bolsa, mas... nunca ia postá-los. Cheguei a entregar pessoalmente alguns, já amassados e com notícias defasadas. Nunca tivemos o hábito de comprar selos com antecedência, nem havia caixas coletoras espalhadas pela cidade. Ir ao correio central era difícil e as agências de bairros estavam sempre com filas enormes.

Por essas e outras não vejo, hoje, vantagem nenhuma naquela modalidade. Resta-me apenas uma vaga nostalgia da emoção em ver as listrinhas verde-amarelas dos nossos envelopes, quando os recebia fora do Brasil. Significavam o calor da família e a alegria dos amigos, matavam um pouco a saudade. Na vida por aqui, eram outras cores – azul e vermelho ou azul e branco – que me tocavam o coração.

A chegada da internet resolveu todos esses problemas, os e-mails são instantâneos e as respostas quase sempre chegam logo. Mesmo assim, às vezes ficamos ansiosos, querendo a toda hora abrir a caixa de mensagens. E se, por acaso, a conexão estiver difícil ou “fora do ar”, roemos as unhas do mesmo jeito...

O que não fazemos mais é colecionar algumas preciosas cartas com lacinhos de fita, como as que encontrei nos guardados de mamãe, após sua morte. Havia uma de cada filho - ainda criança – e outras mescladas de notícias, reclamações e ternura, trocadas entre ela e papai.

Por meios antigos ou modernos, o importante é que a comunicação seja feita, não é mesmo?
Aguardo notícias (por e-mail, claro!).

Abraços da
Beatriz

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