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Artigos-->Mark Twain -- 25/09/2003 - 15:59 (Paulo Eduardo Gonçalves) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Aprender a ler foi, para mim, deveras desgantante. Lembro que destestava a pré-escola, que cheirava a desinfetante e onde os alunos, com seis, cinco anos, já competiam para decidir quem era o mais esnobe.

Em tal ambiente meus estudos não rendiam, e como resultado comecei a ficar para trás dos demais colegas. Para alguns, tal tipo de situação é estimulante, pois os força a competir, recuperar o terreno perdido - ao menos foi isso que me disseram. Para mim no entanto o efeito era exatamente o oposto, pois quanto mais para trás ficava, tanto mais irritado e envergonhado, chegando ao ponto de afastar-me dos livros e não fazer tarefa.

Minha mãe sempre foi uma mulher ocupada, que trabalhava e estudava durante essa fase da minha vida. Uma noite, ao chegar em casa, percebeu o que se passava e sentou-se ao meu lado para ensinar. Em casa, no quarto da mãe, com aquela luz amrela que tinham as lâmpadas fracas lá de casa, eu entendi tudo tão bem, que na mesma noite terminei todas as lições do livro, ficando portanto com tempo livre para as outras matérias.

No mesmo ano li meu primeiro livro de verdade, Heidi. Este livro me deixou encantado e feliz, com suas páginas recheadas de moralidade e bons exemplos - por favor considerem que eu era apenas um piazinho de seis anos de idade...

Meus segundo e terceiro livros, no entanto, eram diferentes. Tom Sawyer, de Mark Twain, e Capitães da Areia, de Jorge Amado, mostraram àquele mesmo menininho de seis anos uma realidade muitíssimo diversa daquilo que lera em Heidi, ou do que procuravam lhe passar os programas da televisão preto e branco que tínhamos em casa.

A infância de Tom Sawyer passou a ser meu modelo de infância ideal, e creio piamente que ninguém póde ser feliz sem ter vivido uma infância como aquela. Já a realidade cruenta e comovente dos meninos de salvador de Jorge Amado me pôs a pensar e pensar e pensar... Reli-o umas seis vezes durante minha adolescência.

Uma das coisas que ambos os livros tinham em comum eram vagabundos como figuras centrais na narrativa. Huckleberry Finn (é assim que se escreve?) é um vagabundo vagabundasso, e no entanto é meu amigo.

Por isso não entendo, me exaspero até, com a persistente visão preconceituosa que faz com que certos autores ignorantes da usina utilizem-se da santa figura dos vagabundos, dos vira-latas, dos sujos e rotos em geral, enfim, dos pobres, identificando-os com tudo de ruim que enxergam, sem perceberem que seus velhos ídolos a tanto tempo cultuados são os verdadeiros responsáveis pelas desgraças as quais não se cansam de referir. São tão ignorantes, que ainda não aprenderam o básico do básico humildade, mas no entanto não se cansam de professar aos quatro ventos sua sua fé (ou suas fezes, para por no plural), bom , vou sair q tem aula da terceira idade...
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