Minhas Mulheres
(Em resposta ao Meus Homens de Mariza Lourenço)
Não durmo em várias camas
[somente uma]
Passeio por camas de mulheres simples ou divas
uma rainha?
uma ou várias princesas?...
uma bandida?
Não digo como
Da rainha recebo as ordens:
faça-me escrava
faz emergir uma erupção
cratera e lava
depois finge ser dona da situação
e dorme tranqüila com rei
em cama de sultão.
Da princesa que deseja
pequeno mastro
saliva deixa rastro
mendiga carinho
sente prazer e deseja
em dose homeopáticas
vez por vez aos pouquinhos
quer ficar basta sarro.
Da bandida muita atrevida
despe-me com língua
e com olhos orgásticos
diz-me palavras sacanas
derruba-me na cama
me oferece a mama
vira-se e suga-me com as entranhas
e no aparente desleixo
me morde a nuca
me marca com os teus beijos
gira no meu eixo
Tudo fica tão grená
nessa louca vontade de trepar
até o sol raiar
coitos que nunca se findam...
-----Mensagem original-----
De: Mariza [mailto:lourenco@dglnet.com.br]
Enviada em: quarta-feira, 7 de fevereiro de 2001 21:15
Para: cantinho do poeta.; blinda_alvorada
Assunto: [cantinho-do-poeta] Meus Homens
Meus Homens
Na minha cama dormem
um rei,
um príncipe,
um bandido.
Do rei não se nota a passagem,
é discreto no seu não comprometimento
com "as coisas" que todo mundo faz.
A coroa deposita suave,
as roupas dobra com cuidado
e com cuidado não suja os lençóis.
Do príncipe o rastro é pequeno,
é jovem, há que se ter paciência
com a impaciência dos seus arroubos,
ou em ensinar-lhe os ritos
guiando-lhe pelos caminhos
"das coisas" que todo mundo faz.
Do bandido sente-se o cheiro
um dôce desleixo,
quando joga as roupas ou suja os lençóis.
Mas existe tesão nesse aparente descuido,
no barulho do coito, na face safada,
de fazer "as coisas" que todo mundo faz.
