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Infanto_Juvenil-->O carnaval -- 20/10/2007 - 11:22 (Beatriz Cruz) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

O CARNAVAL



Um pouco antes do carnaval, minha mãe e tia Marina – a mãe dos meus cinco primos – começavam a preparar nossas fantasias. Como éramos muitos, formávamos um bloco. Houve um ano em que saímos de jardineiros, decerto para combinar com a jardineira por que estais tão triste... Vestíamos calças xadrez com suspensórios e tínhamos um bonezinho vermelho. Num outro ano, saímos todos de marinheiro, com calças azuis e camisas com âncoras bordadas numa golona. Na cabeça levávamos gorrinhos brancos. Só uma vez pude realizar o que sonhava: não acompanhei o bloco e saí de havaiana.
Assim fantasiados, íamos ao baile das crianças, onde cantávamos e dançávamos a tarde inteira.Durante o carnaval, gostávamos de brincar com serpentinas, confetes e lança-perfume. Fazíamos também muitos trabalhos. Entrelaçando serpentinas de cores variadas, fabricávamos sanfoninhas, tapetes, bonecos e bichinhos. Depois isso tudo ia para uma exposição em casa de vovó. Lá os adultos podiam admirá-los. A um canto da mesa, sempre deixávamos um pires...

Eu me divertia os mascarados que passavam pelas ruas mexendo com as pessoas, sobretudo com as mulheres.

Já mocinhos, passávamos o carnaval em Ubatuba e freqüentávamos os bailes noturnos, embora ainda não tivéssemos dezoito anos. Num desses bailes apareceram duas múmias, enfaixadas dos pés à cabeça. Uma delas ficou me perseguindo e eu achei até engraçado. Eu ia para um lado, a múmia ia atrás. Ia para outro, a múmia ia atrás. Comecei a pensar que debaixo daquelas faixas pudesse estar um rapaz bonito. Acabei aceitando dançar com a múmia, mas quando ela me deu a mão, eu vi. Seus dedos estavam fora da faixa e, na ponta de um deles havia uma verruga. Igualzinha aquela que o Paulo estava lidando para fazer cair...
Foi um desapontamento geral. Meu irmão não podia mais enganar ninguém e eu percebi que não dançava com nenhum faraó.
Os bailes acabavam às quatro horas da manhã e antes de voltarmos para casa, passávamos pela padaria. Ela ainda se encontrava fechada, mas os padeiros nos atendiam pela porta dos fundos.
Sentados no meio-fio, comíamos pães quentinhos enquanto o dia clareava.

Em Ubatuba havia também o Banho da Dorotéia. À tarde, todo mundo ia para a praia com fantasias de papel crepom. Uma bandinha acompanhava os foliões e entrávamos no mar ao som das marchinhas.




Beatriz Cruz
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