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Artigos-->Gaudérios -- 29/09/2003 - 15:05 (Hamilton de Lima e Souza) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Povo que não tem virtude acaba por ser escravo. O trecho do hino rio-grandense composto por Joaquim José Medanha e Francisco Pinto da Fontoura todos os anos é declamado, cantado e cercado de festas pelos habitantes do Rio Grande do Sul e seus descendentes espalhados pelas Américas. A tradição gauchesca faz com que a reflexão da letra se junte ao esforço de enxergar o Rio Grande como terra amada, incorporada ao pavilhão brasileiro através de intensas lutas contra castelhanos e paraguaios.

Para quem não sabe, o Rio Grande fazia parte, pelo Tratado de Tordesilhas, do território espanhol. Parte do Rio Grande, do Paraná e Santa Catarina. O Paraguai ainda reclama que sua fronteira foi invadida pelos portugueses e na época da Revolução Farroupilha, comemorada no dia 20 de setembro(1835-1845), os argentinos até fizeram proposta de apoiar os gaúchos irados contra os desmandos do império para formar uma nação forte ao sul. Proposta que foi rechaçada pelos fazendeiros gaúchos, líderes da revolução, que entendiam que a corte do Rio de Janeiro era duvidosa, porém a República Argentina mais ainda.

Passou a revolução, fortaleceu a fronteira brasileira e os gaúchos tomaram rumos diferentes pelo território brasileiro, em busca de terras para cultivo e criação de gado. Estão em toda parte.

Importante salientar que os gaúchos são descendentes de mais de vinte etnias, que ao chegar ao Rio Grande incorporaram os costumes, passando a adotá-los como identidade cultural. Os sobrenomes que freqüentam os Centros de Tradições Gauchescas são portugueses, árabes, espanhóis, poloneses, russos, ucranianos, alemães, italianos, japoneses, afro-brasileiros, indígenas, e longe se vai nas etnias.

Conseguiram misturar tudo num grande caldo cultural, o que explica a diversidade da cultura gaúcha, que não é hibridismo, mas resultado de intensa atividade cultural de grupos heterogêneos misturados ao redor de fogueiras e rodas de chimarrão. Aliás, o chimarrão é um dos hábitos que os portugueses do sul aprenderam com os indígenas, e no Mato Grosso o mesmo mate é sorvido gelado(tererê).

Em Porto Velho descendentes de gaúchos se reuniram pela terceira vez este ano para comemorar no evento conhecido como Terceira Gauderiada. Teve carreteiro, baile, futebol de bombacha, churrasco e muita conversa tradicional, com apresentação de uma invernada artística do CTG Ronda Crioula. Tudo leva a crer que durante muitos séculos isto deverá acontecer. A bagualzada acredita que quem não cultiva tradições e tem vergonha de onde nasce não conta prá ninguém.

A virtude do tradicionalismo é lutar contra isso, prá não ser escravo. Para não ser neoliberal o gaúcho lança um grito de liberdade.

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