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Contos-->Béart -- 12/04/2000 - 02:02 (Joao Camilo Campos Oliveira Torres) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Tornando-se Humano

Wayne sentou-se em uma cadeira, na sua frente um homem gordo o olhava. Wayne não gostava dele, jamais gostara de pessoas feias. Não gostava de olhar para elas, de encostar nelas. A feiúra o fazia pensar em imperfeições, para Wayne estas imperfeições atrapalhavam a humanidade, atrapalhavam muito. Aquele homem não merecia existir, tantas pessoas morrendo, jovens, belas, e este homem ainda vivia. Observou o homem gordo se ajeitar na cadeira, com um movimento arrastado ,estendeu o braço para frente, ajeitando uma placa - Thimothy R. Walsh Representante Comercial - Wayne ficou lendo a placa, para não ter que ver a mancha escura que formava uma rodela debaixo dos braços do homem. Tantas vezes fora a desfiles, observara as modelos, o andar ritmado, perfeito, calculado, nenhuma mancha, nenhuma gota de suor, mesmo com todas aquelas luzes...
Thimothy olhou para o rapaz na sua frente. Quem o visse na rua poderia supor que era afeminado, cabelo penteado cuidadosamente para atrás, movimentos contidos, olhos encolhidos, como se cada um o observasse, prontos para denunciar qualquer erro dele. Thimothy sabia que pessoas assim pensavam que sabiam de tudo, tão preocupadas com seus próprios defeitos que viviam preocupadas com o defeitos nos outros. Notou o rapaz observando a mancha de suor que se formava, não se importava. Thimothy não gostava do rapaz, não sentia nada por ele. Naquele momento ele era um freguês e Thimothy iria vender para ele como qualquer outro. Mas lá fora, quando o visse no transito buzinaria com raiva, irritando o falso equilíbrio que este rapaz vivia:
- Não compreenda mal, Sr.. Nós temos que seguir estas normas, são por segurança...
- Não, sem problemas
- O senhor deseja uma BEART, com todos acessórios, certo ?
- Exato, mas eu posso escolher o que colocar não ?
- Claro. Nós enviaremos o pacote, com as instruções e você faz o que desejar...Construa você mesmo...este é o nosso lema...- Wayne assentiu rapidamente com a cabeça, distraído, sem se preocupar com o jargão do vendedor...Copie a mãe natureza...isto sim é o que vocês fazem.
- Então, o senhor sabe...você tem de ser responsável pelos atos de seu modelo. Pode fazer o que quiser com ela, uma banda, uma garçonete, sua mãe, mas se seu modelo for identificado como participante de algum ato ilegal, a culpa é toda sua, já que você a programou, seu modelo será confiscado, reprogramado como assistente social e será entregue para o governo. Compreendeu?
- Naturalmente, isto tudo não esta no contrato de compra ? Eu li e entendi. Só quero saber quando vocês me entregam, já paguei...
Thimothy guardou a ficha do rapaz, que já se fora. Era mais um ano lucrativo. Fazia tempo desde que a Mansen & Lemmon havia iniciado os negócios na área de replicantes...A empresa, na verdade Sr. Lemmon, viu logo as possibilidades de se colocar no mercado humanos artificiais. Com a face e o corpo de pessoas famosas, ídolos. Todo mundo queria ter um em casa...Mesmo quando o primeiro modelo, MONROE, não foi o sucesso previsto ,não desistiu. Passou a utilizar ídolos mais modernos, e deu a grande sacada. As pessoas querem que o ídolo comportasse da forma que eles desejassem. Assim você podia programa-los. Seria tímida, nervosa, inteligente, submissa, ninfomaníaca, homossexual ? Você escolhe. E as vendas aumentaram. Todo ano um modelo masculino e feminino novo. Modelo PITT, MADONNA, DEMI, DICAPRIO...todos sucessos. É claro, uma ou outra sociedade protestou, uma paranóia Orwelliana...mas quando o Governo ameaçou pressionar, Sr. Mansen deu a sua grande contribuição: Ora se o dono do modelo usasse o mesmo de maneira ilegal, em vez de destruí-lo, seria reprogramado e entregue ao governo. Assim nasciam Enfermeiras, Professoras, Assistentes Sociais...tudo de graça...Que belo exemplo o nosso...Construíram até o modelo Stallone para a polícia...E nada do que os críticos diziam aconteceu, nenhum modelo se rebelou e fundou uma comunidade de replicantes. O que acontecia com os modelos ultrapassados, ele não sabia e não se importava. Uma vez programado é para vida inteira. Este ano tinham dois modelos, o modelo BALDWIN, e o modelo BEART, um risco de venda, mas ia bem. Ela fora uma atriz européia no fim do século passado e o início deste...uma musa especial, para um público restrito, que fizera sucesso devido ao talento, mas pouco trabalhara em Hollywood. Era um daqueles símbolos europeus, inteligente, independente e pronta para evitar a grande industria. Mas tinha seu charme, e isto levava ao sucesso. Chega dos modelos americanos, o modelo STONE iria esperar...Mas gostaria de saber aonde um ninguém como aquele Wayne conseguiu a pequena fortuna para comprar um modelo...devia ter vendido a alma em anos de trabalho, esperando ansioso para o modelo da sua favorita...não parecia do tipo que se satisfaria com o modelo passado, ANDERSON mesmo....
Wayne olhou os CDs. A propaganda não mentia...as opções quase infinitas...você poderia personalizar o seu modelo de várias formas...por um momento Wayne ficou imaginando se existia a possibilidade de alguém criar um conjunto idêntico ao dele...balançou a cabeça por um momento e jogou para o lado o inútil CD escrito “Habilidades domésticas”
Ao seu lado na cama estava deitado uma mulher, os braços esticados ao longo do corpo. O cabelo, castanho claro ia até os ombros, sobrancelhas bem delineadas formavam um arco sobre os olhos fechados, pescoço esguio, lábios grossos, estava vestida com um vestido preto longo. Para Wayne era o próprio sinônimo de beleza, uma mistura de elegância, inteligência, personalidade, fluidez, delicadeza. Era a sua Emanuelle Béart. Uma só dele...se ela imaginasse o que ele teve de fazer para tê-la...Sorriu satisfeito consigo mesmo e pegou um CD escrito “Inteligência”...Claro, ela era muito inteligente...

Ed jogou o cigarro em uma lata de lixo e olhou para o relógio. 15: 23...estava cansado de esperar. Olhou para a portaria do prédio na sua frente. Nada acontecia. O engraçadinho não tinha dado sinal de vida. Mas se os outros não chegassem logo ele poderia ir embora...E eles precisavam de fazer a cobrança durante a tarde. Ele não conhecia o porteiro da noite afinal de contas....

Wayne colocou mais um CD no aparelho ao lado do corpo. “Comportamento”. Wayne já havia colocado as diretrizes nela assim que terminara o primeiro CD. Ela continuava deitada, mas os olhos azuis estavam abertos, já respirava , podendo-se ver a vida nela. Quieta, sem falar, esperava que Wayne falasse algo...Até agora suas únicas palavras haviam sido “sim” e “entendido”, em resposta a uma ordem de Wayne: A única pessoa que você irá obedecer será eu. Certo? Entendido?

Ed olhou o relógio mais uma vez. 15: 36. Eles estavam o diabo de atrasados. Atravessando a rua viam três sujeitos. Dois deles armários gigantescos, homens claros, com um rosto quadrado, sem expressão. Eram “Schawzie 1 e 2”, dois capangas do seu empregador. O outro cara era bem menor, um sujeito magro, com um nariz grande e fino, parecido com uma ave de rapina. As pessoas o chamavam de “Senhor Burns”. Apesar disto ele era somente outro capanga. Mas era ele quem mandava ali agora, era ele quem falava....
- Tem alguém com ele ?
- Não...o cara é um rejeitado....não consegue nada nem em programa de computador....
- Cadê as identidades ?
- Aqui – Ed passou um cartão e uma chave eletrônica. Eram do porteiro do dia...Que Ed conhecera em um bar na noite passada. Sr. Burns pegou os dois objetos e fez um sinal para os dois Schawzies. – Vou nesta, Sr. Burns. Até mais Schawzie....- Burns só fez um sinal com a cabeça, mas um dos Schawzies, o 2, se virou e respondeu em tom monótono, sem nenhuma expressão:
- As tela vista, Baby.

A campainha tocou no prédio de Wayne. Ele se voltou irritado. Nunca recebia visitas e justo agora vinha uma...Wayne se levantou, olhou para Béart, deitada na cama e saiu do quarto.
Na frente da porta estavam três sujeitos. Wayne reconheceu dois deles, que pareciam gêmeos idênticos. O terceiro ele demorou um tempo...então se lembrou aonde tinha visto aquele sujeito...no escritório da Companhia Viscotin, a companhia de seguros que Wayne contratara meses antes, quando tivera uma grande idéia para conseguir dinheiro. Wayne franziu o rosto imaginando como eles passaram pela segurança da portaria, enquanto falava por um comunicador:
- O que vocês querem ?
- Sr. Wayne ? Nós queremos falar, rápido, com o senhor. Uma questão de dinheiro...nosso dinheiro.
- Como assim ?
- Ora, vamos lá Sr. Wayne. Não vamos perder tempo. Podemos resolver tudo de maneira amigável...ou meus amigos aqui podem resolver tudo de outra maneira. Vamos lá, só queremos o que nos pertence de volta...
Wayne ficou mudo temporariamente. Na sua mente só um pensamento: Querem o dinheiro de volta, mas isto era impossível:
- Eu não tenho mais o dinheiro, gastei...Não dá para devolver. Vão embora, ou chamo a polícia.
- Chamar a polícia para se entregar ,certo? Você é um ladrão.
- Não enche. Vão embora.
- Muito bem, se assim. Schawzie. Carga. – Sem hesitarem, os dois gigantes se jogaram contra a porta. Wayne sabia que a porta não agüentaria. O negócio era tentar enrolar e agüentar a surra. Wayne correu para o quarto enquanto ouvia o estrondo causado pela segunda tentativa dos Schawzies.
- Levante-se Béart. Saia do prédio pelos fundos. Aja normalmente lá fora. Quando eles tiverem saído, volte Não deixe que ninguém te pegue... – Béart se levantou, rapidamente, pegou a chave que Wayne oferecia. Sem olhar para Wayne saiu andando, um andar leve e elegante. Ela parecia não ter pressa. Wayne não pode deixar de admirar como ela era perfeita por um momento e correu para a sala, em tempo de ver os dois Schawzies terminarem o serviço...

Béart abriu a porta dos fundos e entrou na casa. Havia visto os três sujeitos saírem. A casa estava revirada, gavetas e armários abertos, coisas jogadas pelo chão. Béart desviou calmamente das coisas e chegou até a sala...
Amarrado em uma cadeira, Wayne estava com a cabeça abaixada, encostada no peito. A roupa estava suja de sangue. Béart se aproximou dele e se ajoelhou do seu lado. Gentilmente levantou a cabeça do rapaz. Uma máscara de sangue cobria o seu rosto, olhos fechados, inchados. Béart ficou ali parada, esperando. Simplesmente não entendia o que acontecia...
Momentos depois Béart se levantou. Wayne estava morto. Simples. Quando algo deixa de viver. E agora ? Deveria deixa-lo ali ? Chamar o polícia ? Hospital ? Mas e ela?
... “Não deixe que ninguém te pegue” ...
Béart se levantou. Com calma foi até o quarto. Passou por cima dos disquetes que Wayne usara e pegou um mala, jogada no chão. Pegou roupas que Wayne havia comprado para ela, colocou na mala. Rapidamente discou o telefone duas vezes e saiu do apartamento.

Sr. Burns estava sentado em uma poltrona. Na sua frente Lucca Visconti, o chefe, lia uma folha de papel. O chefe sempre exigiu organização e sempre pedia relatórios completos de cada cobrança.
- Quer dizer que o engraçadinho já tinha gastado todo o meu dinheiro ?
- Certo chefe. Não achamos nem sinal do dinheiro na casa.
- Nada de novo também. Nada no valor do meu dinheiro?
- Isto. O sujeito era um qualquer. Tinha algumas coisas, mas tudo traste.
- Nenhum aparelho, um computador ?
- Só um normal. Mas o sujeito tinha muitos CDs. Muitos mesmo. Aqui um – Burns tirou um CD do bolso, escrito “Comportamento Sexual” – Nome legal, chefe. – Lucca olhou o CD durante um tempo. Somente a etiqueta com “Comportamento Sexual” podia ser vista. Se virou e colocou o CD em um computador na sua mesa. Soltou um grunhido baixo, a contragosto.
- Não funciona no meu computador, se não funciona aqui, não é para computador. – Lucca parou por um momento, pensativo e pegou o telefone.
Sr. Burns esperou calmamente enquanto o chefe falava. Não imaginara nada de importante naquele CD, mas o chefe sim. É por isto que ele era o chefe. Imaginava as coisas muito bem.
- O engraçadinho comprou uma boneca...
- Uma boneca ? Como assim ?
- Um daqueles modelos que são iguais à artistas antigos...
- Ah, como o Schawzie...
- O preço é quase o mesmo. Se isto estava lá devia ter uma boneca. Vigie o prédio. Se você ver alguém mexendo lá, traga aqui. Esta boneca é nossa...

Béart caminhava pela rua. Telefonara para a polícia e para hospital para cuidarem de Wayne. Mas não iria ficar lá. Não deixaria que ninguém encostasse a mão nela. Mas não sabia bem o que fazer ali em diante. Não tinha necessidade de alimento, mas parecia importante se comportar como qualquer pessoa. Assim ninguém iria pega-la. Talvez devesse procurar um emprego. Isto iria facilitar o contato com os outros....Mas não conseguia imaginar o que poderia fazer...faltava algo...

Ed estava parado novamente em frente daquela esquina. Parecia o seu destino ficar vigiando naquele lugar. Para ele tudo bem, desde que recebesse em dia como sempre...mas era chato. Talvez isto terminasse agora...com a polícia e tudo....Discou o número no telefone e esperou...
- Sr. Burns ?Alo...Ed falando
- Alo. Que é ? Apareceu alguém ?
- Sim. Mas não é uma boa. Uma ambulância e a polícia. Juntos. Até parece que sabiam o que iriam achar lá.
- Alguém chamou os dois...a boneca...deve ter saído...Vamos ter que contar para o chefe...ele vai revirar a cidade atrás dela...Bom trabalho Ed. Sai fora. Adeus....
Ed desligou o telefone e começou a se afastar do prédio.

Béart continuava andando pela rua, mesmo depois de anoitecer. Ainda carregava a mala, mas continuava sem saber bem o que fazer. Precisava de ajuda. Alguém para guia-la. Sentia um grande impulso de falar com as pessoas, mas não sabia o que dizer ou como...
- Ei, Béart olha aqui – Béart se virou assustada, alguém sabia o nome dela...talvez pudesse ajuda-la...Encostada na entrada de uma porta estava uma mulher jovem, usando um vestido vermelho curto, meias longas e bastante maquiagem. Tinha olhos negros, lábios grossos, corpo fino, cabelos castanhos claros, um jeito bem infantil. Bela e Vulgar. Foi o que Béart pensou... – Não tem lugar para se trocar ? É só entrar aqui...
- Me trocar ? Eu...você me conhece ?
- Te conheço ? Mas é claro. Eu e metade do mercado consumidor...
- Como assim ?Eu...mas como você me conhece ?
- Você tá mal programada ? O que há ?
- Programada...Você é bastante estranha. - Béart começou a se afastar da sorridente mulher.
- Você não sabe ? Olha só...Entra aqui...
- Não acho uma boa idéia...não quero causar uma idéia errada...
- Ei, quer ou não ajuda ? – Béart encarou o rosto da mulher, que sorria tranqüilamente...depois de alguns minutos seguiu a outra para dentro da porta. Era uma casa simples, com um quarto e sala. A mulher apontou uma cadeira e se sentou no sofá.
- Senta aí...quer alguma coisa ?
- Não, nada...
- Cadê o seu dono ?
- Dono...- Béart balançou a cabeça - Wayne. Ele morreu. Hoje.
- Morreu ? Você matou ele ?
- Não. Foram os outros caras. Ele foi espancado...reviraram a casa. Eu saí antes. Wayne me mandou fazer isto.
- Muito esperto. A quanto tempo ele tem você ?
- Hoje. Eu o conheci hoje.
- Hoje...O que você faz ?
- Não sei...acho que não faço nada...passei o dia inteiro pensando nisto e não achei nada...
- Meu Deus que barato. Você não foi programada ainda...Vamos, vamos pegar os outros CDs. Você vai poder escolher...
- Eu chamei a polícia antes de sair...
- Ah...droga...mas mesmo assim você pode aprender sozinha. É quase humana. Não sabe nada....
- Quase humana...como assim ?
- E confusa como um. Me desculpe. Meu nome é Natasha. Eu sou um modelo Kinski. Um grande sucesso dois anos atrás com todos pedófilos do mundo. Nós não somos bem humanos. Nós somos modelos. Você é um modelo Béart, o sucesso deste ano. Igual existem muitas. Não me olhe com esta cara. Nós somos compradas e nossos donos pegam uns CDs e colocam os programas que eles desejam. O meu dono resolveu ganhar dinheiro comigo. E como tem um humor sacana ainda me deu um jeito filósofo e bom coração...não é lindo ? Já você pelo visto não foi totalmente programada...
- E tem um jeito de terminar de programar ?
- Para que ? Você pode aprender sozinha. Você é livre...
- Não. Eu me sinto estranha. Falta alguma coisa...Eu não entendo o porquê de certas coisas que eu faço...de coisas que eu quero...
- Uma boneca sem identidade...Acho difícil. A polícia deve ter levados os seus CDs. São os únicos que funcionam em você. Se você for pedi-los eles vão desliga-la e devolver para a fábrica.... Ou você pode ir na sede da empresa, nossa mãe, e tentar achar os CDs reservas que eles guardam. Fica lá no sul. Mas não sei se eles deixariam você livre depois.
- Então...não há nada que eu possa fazer...
- Só do jeito mais difícil. Igual um humano. Você é a boneca de sorte...
- Mas como...eu não conheço ninguém...
- Você pode ficar aqui...comigo...
- Mas eu não quero trabalhar para o seu dono...
- Você não precisa. Você é livre. Você é a mais livre de todas....Afinal o mundo está cheia de pessoas como a gente e bonecas como pessoas....
Béart olhou para a outra e balançou a cabeça. Sem saber, sem se importar, sem nada. Era isso a liberdade que ela possuia. Sem dizer qualquer palavra ela saiu pela porta. Do lado de fora hesitou. Natasha era o único passado que ela tinha. E ela estava deixando. Mas era tarde, ela foi andando em direção à liberdade que ela não conseguia usufruir.





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