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Cronicas-->Zero vezes zero -- 07/11/2015 - 00:54 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

 

Zero vezes zero

Por J. R. Guzzo - Veja- 05/11/15

Tem alguém aí? Os brasileiros bem que gostariam de estar fazendo essa pergunta, no momento, a tudo o que pode ser descrito como “governo” e a todos cuja ocupação conhecida, fixada em lei e paga em tarifa cheia pela população, é governar a República Federativa do Brasil. Estácute; mais do que na hora de perguntar, pois, olhando para o que acontece, em vez de olhar para o que se fala, daria para jurar que não — não hácute; ninguém no local de trabalho, realmente, ou se hácute; é como se não houvesse, pois com toda a certeza ninguém estácute; fazendo absolutamente nada que preste, ou que sirva a algum propósito útil. O que existe o tempo todo, e é só isso que existe praticamente desde que a presidente Dilma Rousseff começou esse seu desventurado segundo mandato, é uma coisa chamada “impeachment”.

Dilma fica ou vai embora? Não se cuida de nenhuma outra questão na vida pública de hoje — o país foi levado por ela, por seu partido e pelo que mais existe em torno de ambos à situação inédita de ter um governo cuja única ação visível é brigar para continuar sendo governo, ou seja, para não ser deposto. Enquanto isso, não governa coisa nenhuma. Esquisito, não é? Governos existem para governar, com os seus programas, objetivos e interesses; se não fazem nada disso, são apenas uma conta de zero vezes zero. O que temos, então? Um processo de impeachment contra um governo que não existe — o que, pensando bem, talvez fosse mais um excelente motivo para lhe apresentar sua carta de demissão.

 

Não é preciso nenhum diploma de ciência política para verificar a quantidade e o volume das aberrações que o abandono da obrigação de governar, por parte da presidente e seu enxame de ministros e quase ministros, vem causando nos últimos dez meses. Basta prestar um pouco de atenção aos fatos que entram e saem quietamente do noticiácute;rio, e que no Brasil de hoje não conseguem nem o seu modesto 1 minuto de fama — no país do impeachment, nada parece capaz de impressionar os que mandam e os que obedecem na vida pública, e qualquer disparate acaba sendo recebido como a coisa mais normal do mundo. O ministro dos Transportes, por exemplo, revelou algum tempo atrácute;s que não tem um tostão furado para tapar buracos nas estradas em 2015. Não é que o governo deixarácute; de fazer novas rodovias de primeira classe, ou mesmo de segunda ou terceira, como o país necessita com a mácute;xima das urgências: estácute; sem dinheiro para fazer o mínimo indispensácute;vel. Vai arrecadar até o fim do ano mais de 1,3 trilhão em impostos federais, mas jácute; avisou que não sobrou nada nessa pilha de dinheiro para tapar um único e miserácute;vel buraco nos 8,5 milhões de quilômetros quadrados do território nacional. Ficamos assim, então: ao longo deste ano de 2015 inteirinho, o Ministério dos Transportes não terácute; servido rigorosamente para coisa alguma. No Ministério da Saúde, o ponto alto da atuação do último ministro foi dizer, em sua derradeira entrevista, antes de ser posto na rua por telefone, que a saúde brasileira estácute; “em colapso”. Segundo ele próprio, é “a pior situação em 25 anos de SUS”. Isso mesmo: após treze anos de governo Lula/Dilma/PT, sua ex-Excelência nos informa que a saúde brasileira estácute; “em colapso”. Algum problema? O contribuinte foi também avisado de que uma troca de radares nos aeroportos estácute; suspensa, porque o governo não paga ao fornecedor. E o dinheiro que o cidadão jácute; lhe pagou para saldar essa despesa? Vai saber — e talvez nem fosse necessácute;rio, em primeiro lugar, trocar radar algum.

Para qualquer lado que se olhe, é por aí que vai essa procissão. Diante da própria falência, o governo prometeu cortar despesas “na carne”. Após nove meses de cácute;lculos sem pé nem cabeça, ficaram de cortar 200 milhões de reais, ou 100 vezes menos do que uma empresa privada como a Volkswagen faturou em 2014; com sorte, daria para pagar 24 horas de juros da dívida pública. Mas nem isso o governo conseguiu — continua com tolerância zero para qualquer redução no seu desperdício. Dos 25 000 empregos que pode eliminar a qualquer momento, anunciou que cortaria 1 000; não cortou nem um. Permanece imóvel como uma catedral, também, perante os piores números da inflação nos últimos treze anos, ou a maré de desemprego que estácute; causando sete demissões por minuto. A presidente da República diz que o governo não governa a Petrobras, a maior empresa estatal brasileira, cada vez mais enterrada num abismo sem precedentes de roubalheira; acha que não existe “nenhuma denúncia de corrupção” contra o seu governo. Que governo?

Não tem ninguém lácute;.

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