Agradecimentos*
Lamentações tenho, mas devem ser poucas. Inquestionavelmente, são muito maiores as graças recebidas.
A vida tem sido melhor comigo do que eu com ela.
Posso afirmar que o reconhecimento está presente em tudo.
Cheguei a Brasília, antes do início das obras da Nova Capital. Era menino e puxava apenas um cachorrinho (Félix), que viveu como soberano e se foi. Participei da construção e do desenvolvimento desta maravilha que encanta o mundo.
As coisas mudaram. O tempo passou depressa. O crescimento tomou conta do espaço (até certo ponto restrito) e do Centro-Oeste. O plano original da cidade tem sido alterado com frequência. Não estou convicto de que seja para o bem da sociedade futura. Com a palavra, especialistas, engenheiros e arquitetos.
Hoje sou velho, mais experiente e crédulo na vida. Há décadas conheci minha mulher (com quem vivo até hoje); sem dúvida, princesa que, por modéstia, prefere não ser rainha (muito embora, pra mim o seja). Tenho duas filhas que me alegram e fascinam. Cuido de duas gatinhas (Tigresa e Cristal), que completam o aconchego do lar).
Preocupa-me sobremaneira a ganància imobiliária e o descuido dos órgãos governamentais que, aos poucos, transformam o Cinturão Verde num deserto em que a sobrevivência é desafio, e o lucro fácil sublimado.
Enfim, para quem aqui aportou há quase 60 anos puxando animalzinho de estimação, está muito bom. O resto é gratidão e respeito ao semelhante.
* Brasília, DF, 07/11/2015. |