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Cronicas-->Resgate à meia-noite -- 10/11/2015 - 11:48 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
VOCÊ CONHECE ESTA HISTÓRIA?
Resgate à meia-noite
 
Patrícia Melo
 
História contada por Efraim Halevy, ex-diretor do Mossad e figura-chave no Tratado de Paz entre Israel e a Jordânia
 
Participei recentemente de um evento cultural na Áustria onde estava presente o advogado israelense Efraim Halevy, uma figura central na política israelense das últimas décadas. Além de dirigir o Mossad (o legendácute;rio Serviço Secreto de Inteligência de Israel) no período entre 1988 a 2002, Halevy foi diretor do Conselho de Segurança de Israel, e também embaixador de Israel junto à Comunidade Europeia. 
 
Sua rica biografia – sua participação nas negociações que levaram ao Tratado de Paz entre Israel e Jordânia foi fundamental – contrasta com a figura modesta e reservada que circulava pelo hotel. Ouvi dele a história que conto a seguir.
 
Na década de 1980, o Mossad foi incumbido de resgatar judeus etíopes que sofriam toda sorte de abusos e privações no Sudão por conta da ditadura islâmica. Na época, Israel não tinha relação com aquele país, e o grande número de pessoas a serem resgatadas não permitia que a ação fosse rácute;pida.  A operação exigia entradas clandestinas contínuas no território sudanês, com pistas de pouso e pontos de embarque na costa sudanesa para os aviões e navios que levariam os judeus até Israel.
 
Estudando a situação, Halevy e sua equipe descobriram numa região do Egito conhecida pela beleza de seus corais, a 80 quilômetros da costa do Sudão, uma antiga vila de mergulho desativada. O plano foi então elaborado. O governo israelense, usando o nome de uma empresa estrangeira, comprou o resort abandonado e o reestruturou, num tempo recorde, transformando-o num hotel cinco estrelas para amantes de mergulho.Para resolver o sério problema local de abastecimento de ácute;gua, Israel enviou para o resort equipamentos de dessanilização que passaram a servir também à comunidade. Assim, enquanto aquela ácute;rea se transformava no local mais irrigado da região, o hotel se tornava uma coqueluche de verão.
 
Uma equipe com chefs de cozinha, patisseurs, garçons, camareiras, porteiros, instrutores de mergulho, eletricistas, jardineiros e diversos profissionais ultraqualificados (poliglotas e sem nenhum sotaque, segundo Halevy) atendiam milionácute;rios, artistas, políticos, esportistas e figuras do jet set internacional que se hospedavam ali para ver de perto os corais mais lindos do mundo.
 
 Com passaportes falsos, eles tinham jornada dupla: de dia serviam os turistas e ao cair da noite cruzavam a fronteira do Sudão em caminhões camuflados, sabendo que se fossem pegos jamais retornariam para casa. 
 
A operação durou quatro anos. 
 
Noite após noite, dezenas de crianças, jovens, idosos, homens e mulheres eram resgatados e levados até aviões ou navios que os esperavam em pistas e pontos de embarque improvisados.
 
Um dia, Halevy recebeu a informação de que a operação havia sido descoberta e que seu pessoal tinha somente quatro horas de estadia segura no resort. Foi o tempo necessácute;rio para que Israel enviasse as aeronaves para o local. Nessa noite, todos os profissionais que trabalharam na operação voltaram para casa. Os equipamentos do resort foram abandonados. Mas o saldo final foi um sucesso: 12 mil judeus etíopes foram resgatados e puderam recomeçar uma nova vida em Israel.
 
Quando é que alguém vai contar essa história para o Spielberg?
 
Patrícia Melo é escritora
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