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Textos_Religiosos-->UMA BOMBA EM CARTA FECHADA -- 03/11/2008 - 13:45 (Adalberto Antonio de Lima) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
UMA BOMBA EM CARTA FECHADA



Nossos primeiros pais viviam no paraíso; eles não conheciam a dor, o sofrimento e não estavam sujeitos à morte, porque não conheciam o pecado. “Foi por causa do pecado que a morte se estabeleceu no mundo.” ( Rm 6,23) O pecado trouxe em seu âmago toda a espécie de dor e sofrimento, cuja conseqüência é a morte. Trouxe também todo o tipo de perversão e de lixo espiritual, bloqueando os canais de comunicação entre Deus e o homem.
O homem vivia em estado de graça e não conhecia limites. Tudo era um horizonte aberto, um céu ao alcance da mão. Mas o demônio, também chamado de serpente, disse à mulher: “É verdade que não podes comer de tudo que há no jardim?” A mulher respondeu: “Podemos comer os frutos das árvores do jardim, mas a que abre a inteligência não podemos comer, porque, se comermos, morreremos. “ (Gn 3,1-3) “Oh, não! - disse a serpente - Não morrerás, mas serás como deuses.” (Gn 3,4)
O homem, mesmo divinizado pela graça de Deus, não é Deus. Somos como uma jóia revestida de ouro, mas não somos o ouro; somos um espírito revestido de luz, mas não somos a luz. A grande cilada do demônio foi estimular no homem a manifestação do orgulho e o desejo de ser Deus. E, por querer ser Deus, Adão e Eva acolheram a sugestão da serpente e fizeram o que ela sugeriu-lhes.
O primeiro pecado a entrar no mundo foi o orgulho (Eclo 10,15) e poderia ser chamado de pecado do orgulho; todavia, como aconteceu logo no princípio da criação, ficou conhecido como original. É também original, porque vem da origem de nossos primeiros pais e por ter dado origem a todos os outros pecados.
O desejo de ser além do que verdadeiramente somos ultrapassa os limites da simples vaidade e remete ao orgulho. Isso ocorre quando a criatura não se contenta em ser obra da criação divina, mas quer ser criador. Na verdade, o homem nada cria; ele apenas se utiliza de elementos preexistentes para transformar uma coisa em outra.
Deus não impôs restrição a fruto algum do Paraíso, nem delimitou o terreno, indicando a partir de onde o campo estaria minado. Não houve uma placa com dizeres como “Cuidado, perigo!” Mas Eva deu ouvidos ao demônio e obedeceu-lhe; conseqüentemente, pôs-se em desobediência a Deus, pisando em campo minado.
Qual teria sido a sugestão de pecado oferecida pelo demônio ao homem? Teria ele sugerido a Adão e a Eva que se submetessem a ele, porque queria ser adorado como Deus? Se a Jesus, que é Deus, o demônio ofereceu todos os reinos da terra, para que se prostrando a seus pés o adorasse (Lc 4,5-7), não teria o “Nada” sugerido que nossos primeiros pais o adorassem como a um deus? Quantas vezes rejeitamos o “Tudo “ e acolhemos o “Nada”? Quantas vezes temos adorado o que não é Deus? Somente Deus é digno de adoração. Teria o demônio dito a Adão e a Eva: “Se prostrados a meus pés me adorardes, sereis como deuses!”
O escritor sagrado diz que, no final da tarde, Deus vinha passear no jardim para encontrar-se com a obra-prima de Suas mãos. Mas enquanto o Senhor Deus passeava no jardim, o homem e sua mulher esconderam-se da face de Deus. (Gn 3,8) Adão e Eva esconderam-se de Deus com vergonha da nudez de seus pecados! Por causa de tais pecados, sentiram-se como se estivessem nus, porque já não mais estavam revestidos da graça divina.
Deus colocou no coração do homem os preceitos da lei; depois, deu por escrito os dez mandamentos, para que sempre se recordasse desses preceitos. (S. Irineu de Lião) Que são os preceitos da lei, senão medidas preventivas contra o mal? Mas o inimigo também conhece essas leis; por isso, faz tudo para que o homem não as cumpra. Sendo anjos decaídos, sabem que as trevas esperam-nos e querem aumentar o contingente de condenados para lhes fazerem companhia. Por isso, o Senhor impôs limite ao homem, não para limitar a ação humana, mas para limitar a ação do demônio sobre o homem.
O pecado tem em si mesmo um atrativo; se não o fosse, ninguém pecaria. O inimigo lança bombas de pensamento em nossa cabeça, induzindo-nos a considerar que nada é pecado. E, não sendo pecado, não há sentimento de culpa, nem de arrependimento. Depois que leva os incautos à prática dos mais diversos crimes - corrupção, adultério, concupiscência e consumo de drogas -, ele traz de volta o sentimento de culpa envolto numa camada de vergonha; assim, não confessamos os pecados, tampouco nos arrependemos de tê-los praticado.
A luxúria, a vaidade, os vícios, a concupiscência da carne e todas as coisas que o mundo oferece parecem estar enraizadas em nossas vidas como se não fosse possível abandoná-las. “Mas quem conhece o alívio de abandonar o pecado, sabe quando ganhou em perdê-lo.” (S. Agostinho)
Sabemos que ao desprezamos os prazeres mundanos, abrimos espaço para Deus em nosso coração e quando abrimos espaço para Deus, desprezamos os prazeres mundanos. Assim, se amamos a Deus, desprezamos o pecado; porém, se amamos o pecado, desprezamos a Deus.
Deus não Se compraz com a morte do pecador, mas com a conversão de cada um deles ( Ez 33,11) e colabora com Sua graça, para que nos convertamos e retomemos a intimidade com Ele. “Se pela desobediência de Adão, a condenação se estendeu a todos os homens; pela obediência de Jesus, todos foram justificados.” (Rm 5,19).
Primeiramente veio a lei, mas a lei limitava-se a dar conhecimento do pecado. (Rm 3,20). Jesus libertou-nos do pecado original, já não seremos mais julgados por esse pecado, mas pelos crimes que venhamos a praticar.
O pecado é oferecido como um prato apetitoso, porque, se não apresentasse atrativo algum, ninguém pecaria. Ele vem, excita os desejos da carne e causa enorme enfermidade na alma. Aparece empacotado numa embalagem de agradável aparência aos olhos. Não só o pecado, mas também o pai da mentira - o inimigo de Deus - vem transvertido de lobo em pele de cordeiro. Se o “Nada” se apresentasse asqueroso e fedido, como aprendemos outrora, na catequese infantil, ninguém se aproximaria dele. Ele vem com uma roupagem que esconde a negritude de suas más inclinações. A maneira enganosa de se apresentar é que leva muitos desavisados a morderem a isca...
Imagine um lixo embalado em papel de presente, aparentemente sem dono, colocado ao alcance de sua mão. Quem não cederia à tentação de tomá-lo para si? Imagine pior ainda: uma bomba numa carta fechada, postada para seu endereço. O demônio é isso: o lixo em papel de presente ou a bomba em carta fechada.


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