COMENTÁRIO GEOPOLÍTICO 230 de 24 de novembro de 2015
Autor: Coronel Gelio Fregapani
Assuntos: Guerra ao Terrorismo, Sem Noção e Podemos fazer de novo?
A Guerra Inevitável
Ilude-se quem pensar que o Estado Islâmico (ISIS) poderá ser controlado. Ele crescerá e terá que ser destruído ou o seremos nós.
Em todo conflito, antes do choque físico acontece o choque moral e esse choque, no momento acontece entre uma Cristandade drogada e efeminada e os fanáticos muçulmanos que tem coragem de lutar por aquilo em que acreditam. Ou retomamos o espírito das Cruzadas ou estaremos mal, não se livra uma criança das lombrigas com palavras, rezas ou lamentações, muito menos com divagações filosóficas não há forma de livrá-las dos parasitas, que não seja combatendo esses vermes até a morte.
O apoio dos Estados Unidos na criação do Estado Islâmico é um segredo de polichinelo. Documentos, relatam o apoio à oposição armada ao regime sírio. A guerra da coalizão ao terrorismo é mais uma pantomíma, pois bombardear campos de treinamento e postos de comando vazios enquanto fornecem armas ao ISIS para combater um governo do qual não gostam e nada fazer para reduzir os recursos financeiros oriundos do petróleo já sob o poder do ISIS, não pode conduzir a vitória. É inexplicável a relutância da coalizão liderada pelos EUA em bombardear depósitos de petróleo controlados pelo ISIS na Síria, a principal fonte de renda do grupo jihadista.
Além do mais, se pode fazer guerra a um Estado ou a um grupo, mas não ao "terrorismo", pois o terrorismo é apenas uma tática que sempre serái usada pelos fracos contra os fortes. Não é uma pessoa ou uma organização, um povo ou um Estado a quem se possa dominar.
Ainda que universalmente condenada, essa atividade não merece condenação maior do que os bombardeios, sem considerar o pior de todos que seria o nuclear. Aliás, moralmente, há que se considerar que o terrorista se arrisca pessoalmente bem mais do que o bombardeador.
Historicamente o terrorismo tem sido bem sucedido quando realizado na própria terra ocupada militarmente por estrangeiros. Quando realizado na terra do inimigo costuma dar mais garra ao adversário, tal como os bombardeios sobre a população. Pode até ser que o uso do terrorismo desperte as forças latentes da Cristandade, porque até agora os EUA, a Turquia e a Arábia ajudavam ao ISIS enquanto fingiam combatê-lo, sendo que os dois últimos aguardam a oportunidade de aderir a novo Califado.
Como podemos enfrentar o terrorismo? – Naturalmente nem o melhor Serviço de Inteligência do mundo conseguirá evitar todos os atentados, mas podemos estimular as vítimas a reagirem. Os atentados terroristas do dia 13 em Paris foram realizados sem qualquer reação pelas vítimas, que estavam desarmadas. Se entre as mil pessoas no Bataclan, 50 estivessem armadas os terroristas não teriam matado tantas pessoas, certamente teriam morrido antes.
O que quer o nosso Governo ao se empenhar para desarmar a população? Torna-la inerme e indefesa talvez? Afinal, fazem o jogo de quem? Quem está por trás disto? O Renan? Só ele ? Mas por que?
Sem noção
- A maior parte dos comprovadamente corruptos já está em liberdade. O Almirante Othon, decididamente honesto, continua preso. Motivo real: paralisar o desenvolvimento nuclear do País
- Outra vez sabotagem? – A imprensa não falou, mas estava previsto para o dia 13 um novo lançamento de um fogueteVS-40M no Centro de Lançamentos de Alcântara, no Maranhão. Lamentavelmente o foguete explodiu instantes antes de seu lançamento. Ainda não se sabe exatamente qual foi a causa do acidente, mas...
- A estratégia norte-americana de treinar rebeldes sírios supostamente “moderados” para a luta em solo contra o Estado Islâmico provou ser um erro colossal de análise geopolítica, na medida em que a vasta maioria dos rebeldes armados, uma vez treinados, passava invariavelmente à busca de seus próprios interesses, a despeito de quaisquer pretensões de comando dos EUA.
- Maria do Rosário ofereceu um emprego no PT para Suzane Richtofen, logo ao passar para o regime semi-aberto.
- O primeiro presidente da Vale privatizada ( Agnelli) sucateou e implodiu a empresa, importou 30 navios gigantescos da China, todos chegaram com não-conformidades legais. Um afundou na costa do Maranhão e os outros não puderam ser usados Com isto cerca de 100 mil empregos foram perdidos nos estaleiros brasileiros.
- Enquanto a Lava-jato, no nobre afã de limpar o País exagera na inviabilização das empresas nacionais se esquece de investigar a velha prática de algumas multinacionais em fazer remessas ilegais e compras superfaturadas.
Mantendo a esperança. Você sabia?
O nosso país tem um potencial extraordinário. Desenvolvemos cada vez que nos vemos sozinhos. Vejamos um exemplo: quando a economia mundial se desorganizou, no segundo semestre de 1929, o Brasil era um país aberto para o exterior. Quase nada do que se consumia era produzido aqui. Os automóveis, os ônibus e os caminhões vinham de fora e também a gasolina, o óleo lubrificante, os pneumáticos. As lâmpadas elétricas, a linha de cozer, os tecidos, a louça e até as latas de conservas e os palitos de dentes eram importados,pois exportávamos café e com o fruto da venda, importávamos praticamente tudo, mas com os importadores de café em dificuldades, nossas vendas de café quase cessara e o antigo sistema deixou de funcionar.
Nessas condições o governo decidiu expandir a produção interna como meio de normalizar o abastecimento e atribuiu ao Banco do Brasil a missão de interiorizar a sua rede de agências, levando o crédito aos produtores, principalmente os rurais. O Banco desincumbiu-se bem da difícil tarefa, cresceu sem parar e ajudou o Brasil a crescer na mesma medida. Ao terminar a Segunda Guerra Mundial, o abastecimento interno estava praticamente normalizado.
A população era de 35 milhões com 70% vivendo nas regiões rurais, com
dificuldade de transporte, sem comunicações eficientes, sem oportunidade de conhecer os produtos da civilização, quanto mais de os adquirir. Os próprios habitantes das cidades eram bastante limitados nesse sentido, tanto quanto nos meios de comunicação. O telefone interurbano cingia-se quase que só às capitais e obter uma ligação levava muitas horas, as vezes dias. O telégrafo era moroso e incerto. Não existia televisão nem as redes de noticias. Jornais diários de âmbito
nacional não havia. As pessoas de mais posses talvez pudessem ir ao
Rio de Janeiro uma vez por ano, nas férias, para voltar contando das
geladeiras e dos rádios vistos nas grandes lojas, mas as possibilidades de expansão do mercado consumidor eram muito restritas, pois pouca gente podia comprar essas coisas. Éramos uma sociedade extremamente pobre.
As crises trazem oportunidades. Tornou-se difícil comprar produtos importados, porque os outros países reduziram as compras de superfulos como o café, deixando-nos com trinta milhões de sacas em estoque. A cotação da saca, caiu de 200 mil réis para 25 mil réis e tivemos que queimar o excedente pois não valia o custo da estocagem. O País se fechou para o exterior e o número de pessoas que podiam ter acesso aos produtos manufaturados, que já era pequeno, encolheu ainda mais.
Foi forçada por essa situação, surgiu a idéia da criação de um mercado interno. O Governo anunciou que, daquela hora em diante, o Brasil seria o mercado para o Brasil. Não havia mesmo muita escolha e até os poucos privilegiados que ainda restavam acabaram privados de todo o acesso ao consumo pelo torpedeamento dos navios mercantes, no início da Segunda Guerra
Mundial. Subitamente, faltou tudo. Tinha-se que entrar na fila para obter um cartão de racionamento que permitiria comprar algo que faltava. As bombas de gasolina secaram, os pneumáticos desapareceram, os palitos de dentes sumiram das prateleiras, não havia válvulas de reposição para os rádios, nem lâmpadas elétricas. As ambulâncias desapareceram das ruas, bem como os carros dos médicos, os ônibus! Também de repente, generalizou-se a aceitação da
idéia de que produzir aqui mesmo as coisas que faltavam talvez fosse a
solução. Antes, produto nacional quando havia era sinônimo de coisa ordinária, de má qualidade e pouco durável. Ninguém queria. De um momento para o
outro, ou se aceitava um produto nacional ou não se teria nada. Os
tecidos nacionais, na falta dos importados, passaram a servir. Foram
abertas fábricas diversas. Não havendo refrigeradores importados,
logo surgiram os nacionais.
Em 1934, o Brasil contava ainda com poucas fábricas, que
além de sabão e banha de porco; cereais moídos e bebidas; calçados e
tecidos simples de algodão e alguns materiais de construção, pouco mais podiam
produzir. Bens de produção, apenas máquinas agrícolas rudimentares.
O País tinha exportado café e dependia da importação para tudo o mais, mas com a nova impossibilidade de importar em apenas quatro anos a produção industrial já aumentara sessenta por cento. Em pouco tempo a indústria paulista contava com quase sessenta mil fábricas e proporcionava emprego a mais de um milhão de operários, com um padrão crescente de salários.
Em 1930, o País estava tecnicamente arruinado, no diagnóstico dos financistas da época. Em poucas décadas atingira a capacidade de auto-abastecer-se. Com a
única exceção do petróleo, tudo o mais que fosse necessário podia ser
produzido internamente em quantidades suficientes, condição que talvez
só dois outros países chegaram a alcançar - os Estados Unidos da
América e a China. Nem mesmo a União Soviética, gigante econômico que
chegou a ser, logrou atingir o ideal da auto-suficiência, mas o Brasil
conseguiu realizar esse feito quase prodigioso no intervalo de uma
geração.
Afinal, que fenômeno miraculoso havia permitido transformar em
progresso a ruína de um país? – A reserva do mercado interno, ainda que, no caso, forçada por uma guerra. Foi assim também que progrediram os EUA orientados pos Alexander Hamilton e a Alemanha orientada por Friedrisch List. O Livre Comércio só é útil para as nações que já desenvolveram e consolidaram suas industrias. Como ensinava Alexander Hamilton, uma industria nacional nascente não pode competir com uma estrangeira já estabelecida sem uma efetiva proteção
Já fizemos uma vez, certamente podemos fazer de novo! Mas não num governo como o atual, ou noutro ainda pior.
(Inspirado em artigo do Dr. Tollendal e em minha própria experiência)
Que Deus inspire as nossas decisões
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