Olá, querida Beatriz, minha amiga!
Fiquei bem tristinha com o que você me contou. Mas vamos em frente, aproveitemos cada dia da vida, como vc mesma disse. A beleza dos dias de outono (até com chuva), a neblina, as montanhas... Por aqui tudo está florido, mais até - acho - que na primavera. Os ipês roxos estavam lindíssimos, agora já nem tanto. Suas flores duram bem pouco. E tem uma que me intriga: aquela flor vermelha típica do Natal, o bico-de-papagaio (na verdade são folhas que mudam de cor). Pois bem, passados alguns natais, plantei o que tinha do vasinho. Cresceram, ficaram arbustos altos. Tenho dois. Mas florescem em junho!
Querendo me preparar para o fim do ano, pedi ao jardineiro que fizesse vários vasos com mudas. Brotaram, mas... nada de ficarem vermelhas na época do Natal passado. Agora, agora mesmo, estão todos floridos aqui no terraço!!! Preciso aprender como se faz para que fiquem vermelhas em dezembro.
Acho que você deve aceitar a carona de moto para a cidade,sim,pode ser até engraçado.
De início eu imaginei que você tinha ido morar num lugar muito afastado, longe de tudo e de todos. Mas agora acho que entendi melhor. É mais ou menos como eu, que moro numa espécie de bairro de chácaras. Aliás, era para ser mesmo só de chácaras, depois foi se transformando, os proprietários desmembraram os terrenos... Agora tem casas chiques, algumas bem próprias de cidade. Uma bobagem, porque o gostoso daqui é viver de modo mais simples ,em casas integradas com a natureza.
O vizinho da frente, um chato de galocha, tem dois cavalos. O cheiro (de bosta) me incomoda um pouco, assim como as moscas que eles atraem. Em compensação, gosto de ver as galinhas de angola (que chamávamos de "tofraco" quando crianças) andando pela rua. Outro dia elas voaram sobre a cerca e entraram aqui em casa. Pra quê! Tiveram que se empoleirar rapidinho numa árvore, pra fugir dos cachorros! Pena que eu não estava, não vi a cena.
Certa vez, quando eu ia pra casa de uma vizinha, vi andando em minha direção um bicho que de longe me pareceu um gato. Depois percebi que tinha o focinho comprido, era peludo e listrado: cinza e preto. Atravessei a rua. Ele também. Parei, olhei, não vi ninguém. Fiquei com medo, e se ele pulasse em cima de mim?... Ainda bem que nessa hora passou um carro, as crianças desceram correndo pra olhar e ele fugiu, sumiu. Era um quati! Muito bonito, por sinal.
Isso tudo fora os passarinhos e passarões. Que ficam para uma outra vez... pois abóboras já somos novamente. É hora de dormir e sonhar... com os anjos.
Boa noite!
beijos e abraços
Beatriz, a Xará da Xará
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