Lembrei-me da minha infância e fiz um laço no dedo com uma linha para não me esqueçer. Deu-me trabalho a atar porque era pequena e fina e os dedos pareceram-me no momento desmesuradamente grossos, inábeis até para tão delicado, apesar de simples serviço.
Com o atar da linha no dedo, sinal útil e engenhoso, com características vísiveis e permanentemente presentes, para não me esqueçer do que pretendia lembrar mais tarde, quando fosse o momento, aconteceu-me porém o inesperado.
Esqueçi-me porque tinha colocado a linha no dedo para me lembrar de algo, que afinal, durante o trabalho que tive ao assinalar cautelarmente a lembrança, já se me varrera do pensamento.
Que chatice! Antes fosse um cordel que seria mais fácil de atar. |