MULHER FATAL
Como serpente se acerca
Fixando seus olhos nos meus
Enquanto arma o bote,
Antes mesmo que eu note,
Para os prazeres seus.
Constrói armadilhas,
Tece dourada teia,
Com seu corpo macio e quente
Que, suave e carente,
Por minha pele serpenteia.
Poderosa imperatriz
Dona do bem e do mal
Em metamorfose repentina,
Se faz donzela, menina,
Além de mulher fatal.
Degustando minha carne
Com sua boca gulosa
Num misto de riso e pranto
Geme em meus ouvidos enquanto
Em meu corpo seu corpo goza.
Presenteá-la com essas delícias
É coisa que me apraz,
Sussurrando em sua orelha
Produzir a doce centelha
Do prazer que a satisfaz.
BSB08052002
|