E N I G M A II
Que pena! Se dos meus olhos
Envio-te mensagens decifradas.
É que fico na palidez do teu olhar
Largo de rumores e luas afogadas.
À noite a incendiar-te, e entre mim,
Labirintos, gris-noticias cifradas...
Já não sei mais... Absorvo o enigma,
Solerte adubação do olhar ocorrente
Refletindo o espelho denso/propenso,
Talvez... Mendigo, desejos recorrentes,
Dos teus olhos tensos/pretensos,
Cauterizando todo sentimento...
Relembras comigo... Amar-te?
Que outros se impregnam da tua seiva corrente,
Enquanto, reservas á mim o aroma distante?
Que outras bocas te dirão? Ah, o quanto sonhas-te!
Ocupa-me dizer-te das primaveras mal-abrigadas.
Flores temerosas, fugitivas, dissimuladas...
Mas, o coração flutua na leitura do olhar,
A quem ama, por quem crê em todo brilho,
Por que se despe e por quem padece
De ânsias, de desejos, de suspiros...
E, quando a noite bater na minha porta
Incendiada no lume das tuas íris,
A lua nova beijará a tua janela
Embriagada dos meus perfumes!
Nhca
Out/01
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