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Artigos-->HIPERTENSÃO (Pesquisa). -- 05/10/2003 - 20:53 (Jairo Nunes Bezerra ) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos










Poucos distúrbios humanos são tão insidiosos quanto a pressão alta – moléstia que afeta de 15 a 20% da população mundial. Ao mesmo tempo em que raramente dá sinais, ela vai minando o sistema circulatório de suas vítimas, até que produz efeitos deletérios – e até mortais, como insuficiência cardíaca e derrames cerebrais. Por isso, é chamada pelos próprios médicos como “assassina silenciosa”. No entanto, a hipertensão tem uma grande vantagem sobre outras doenças: seu diagnóstico só depende de uma simples medição da pressão arterial. Embora a hipertensão tenha um forte componente genético e constitucional e em geral não possa ser evitada, ela pode, no entanto, ser controlada – com mudanças no estilo de vida ou medicamentos. Às vezes, basta reduzir o consumo de sal – ou perder peso. Desde o ano passado, o Ministério da Saúde bate forte na tecla da prevenção, através de uma campanha que estimula as pessoas a descobrirem seus níveis de pressão – e reduzi-los, caso haja alteração. Medir a pressão habitualmente pode ser a diferença entre a vida e a morte. E com os recursos e os conhecimentos disponíveis hoje, evitar a hipertensão não é difícil. Numa entrevista à Revista ABCFARMA, o cardiologista Michel Batlouni diz: “Só fica hipertenso quem quer”.



O sal não é, evidentemente, o único vilão da hipertensão – embora possa ser um veneno para hipertensos mais sensíveis. Para o hipertenso, a alimentação naturalmente tem que ser um pouco mais insossa, mas, como ensina o dr.Michel Batlouni, o principal é saber usar o sal com sabedoria. Não levar o saleiro à mesa é a precaução número 1 para não fazer do sal um inimigo da pressão – já que o cloreto de sódio interfere nos mecanismos arteriais que regulam a pressão sanguínea. Evitar “salgadinhos” é outra medida óbvia. No fim deste texto, você aprenderá a usar o sal com sabedoria – sem tirar o gosto da comida. Mas, independentemente do sal, sempre vale a pena controlar a pressão. Considerada um dos principais fatores de risco de morbidade e mortalidade do aparelho cardiovascular, o alto custo social da hipertensão é responsável por cerca de 40% dos casos de aposentadoria e de falta ao trabalho em nosso meio. Por isso, a medida da pressão arterial deve ser estimulada e realizada, em toda avaliação de saúde, por médicos de todas as especialidades e demais profissionais da área de saúde – embora a tomada de pressão em farmácias e drogarias ainda não esteja regulamentada. Como os níveis de pressão arterial podem ser influenciados por inúmeras situações, os especialistas recomendam que é preciso se certificar de que o paciente:



-não está com a bexiga cheia



-não praticou exercícios físicos, não ingeriu bebidas alcoólicas, café, alimentos ou fumou até 30 minutos antes da medida



-deixar o paciente descansar de 5 a 10 minutos em ambiente calmo, com temperatura agradável



-solicitar ao paciente que não fale durante o procedimento de medição.



Segundo o dr. Batlouni, o ideal é se fazer duas ou três tomadas da pressão, em dias não consecutivos, para se chegar a um diagnóstico mais preciso da hipertensão.



QUANDO A PRESSÃO ESTÁ ALTA?



Segundo os especialistas, qualquer número é arbitrário e qualquer classificação é insuficiente – mas a necessidade de sistematizar obriga uma definição que separe os indivíduos normais dos doentes, em relação à pressão arterial. Na realidade, podemos ter mais ou menos risco cardiovascular tanto acima como abaixo do número limítrofe. Mas aceita-se como normal para pessoas com mais de 18 anos de idade cifras inferiores a 13 por 8,5. Mas o dr. Michel Batlouni, consultor científico do Instituto Dante Pazzanese e professor de pós-graduação em cardiologia da Faculdade de Medicina da USP, recomenda que o nível ótimo para diabéticos – que têm um risco adicional pela própria doença – deve ser mantido em 13 por 8. As vantagens de se manter a pressão nos níveis normais são absolutamente evidentes em todos os estudos já realizados. A hipertensão é um dos principais fatores de risco da humanidade – e seu controle, evitando ou retardando acidentes cardiovasculares, pode representar uma sobrevida de alguns anos. Embora seja uma doença insidiosa, que raramente dá sintomas precoces, a hipertensão é uma condição que em boa parte dos pacientes pode ser bem controlada só com mudanças de estilo de vida. E quais são essas mudanças?



A CARTILHA DO HIPERTENSO



A hipertensão, como se sabe, é uma doença constitucional. Ou seja: suas vítimas, por influência genética, já nascem mais ou menos predispostas a ter pressão alta. Segundo o dr. Batlouni, o indivíduo com pai e mãe hipertenso tem até 75% de risco de ter pressão alta em algum momento da vida. Se apenas um dos pais tiver essa condição, o risco cai para 50% - mas ainda assim é bastante alto. Mas, apesar desse estigma genético, a hipertensão pode ser bem controlada sem remédios – apenas com uma mudança na filosofia de vida. Na cartilha do dr. Batlouni, estas são as medidas básicas que podem normalizar e depois manter a pressão arterial em níveis aceitáveis.



1) PERDA DE PESO: A perda de peso talvez seja a medida mais eficiente na redução da pressão arterial. Presume-se que, a cada quilo perdido, a hipertensão seja reduzida em 0,1 mg. Muitos hipertensos conseguem normalizar sua pressão apenas perdendo peso, sem necessidade de remédios.



2) ATIVIDADE FÍSICA:

A atividade física também é bastante importante. Além de baixar a pressão arterial, a atividade física ajuda a reduzir, a dose de medicamento, chegando mesmo a eliminar a necessidade de usá-los, além de controlar outros fatores de risco, normalmente associados à hipertensão, como obesidade, colesterol, diabetes e estresse. Mas exercícios inadequados trazem risco potencial elevado, como é o caso da musculação com alta carga, para ganho de força e massa muscular. Antes de começar a atividade física, o ideal é fazer um teste ergométrico, principalmente, se tiver outros fatores de risco cardiovas­culares associados. O exercício recomendado ao hipertenso é o aeróbico, executado de três a cinco vezes por semana, com duração de 40 a 50 minutos e intensidade de leve a moderada, ou seja, 50 a 70% da freqüência cardíaca.



3) RESTRIÇÃO DE SAL: O sal é indiscutivelmente prejudicial a cardíacos e hipertensos. O brasileiro,

em média, consome de 8 a 12 gramas por dia de sal – o que seria um excesso intolerável para um hipertenso. O consumo máximo diário para um hipertenso moderado é de 4 gramas. Traduzindo-se: uma colher de sal. Essa quantidade – diz o dr. Batlouni – seria suficiente para não deixar a comida insossa. “E é a restrição adequada para a maioria dos hipertensos”. O problema é que muitos alimentos do dia-a-dia já contêm sal. São eles: conservas, defumados, embutidos, bacalhau e até caldo de carne em pacote. Os chamados salgadinhos – como azeitonas, amendoim de pacote ou batatas chips - são verdadeiras esponjas de sal. Portanto, devem ser evitados. Mantendo-se aquele limite de 4 gramas e não se adicionando sal à mesa, o paciente estará bem servido e protegido. Uma salada saborosa, por exemplo, pode ser temperada com vinagre, azeite, páprica e um pouco de mostarda (que já contém sal). Há hipertensos mais severos, porém, que precisam limitar seu consumo de sal a 2 gramas diárias. A comida, nesse caso, ficará mesmo mais insípida – mas é o preço a pagar pela saúde. O dr. Batlouni faz uma observação. Existem, sem dúvida, pessoas mais sensíveis ao sal. Nestas, a influência do sal é mais perniciosa em termos de aumento de pressão – e provavelmente necessitarão de um diurético associado. “Mas uma pessoa que não tenha sensibilidade ao sal e não seja geneticamente predisposto à hipertensão, pode comer sal à vontade”.



4) NÃO FUMAR: O cigarro é vasoconstritor das artérias e contribui para elevar a pressão.



5) NÃO ABUSAR DO

ÁLCOOL: Mais de uma lata de cerveja, dois cálices de vinho e uma dose de uísque por dia já interferem com os mecanismos da pressão arterial.



A FARMÁCIA DA HIPERTENSÃO



Se as mudanças de hábito não forem suficientes, a farmacopéia moderna conta hoje com cinco grandes grupos de medicamentos anti-hipertensivos: diuréticos, betablo­queadores, antagonistas do cálcio, inibidores do ECA e antagonistas dos receptores de angiotensina. Dificilmente um paciente não se beneficia de alguma dessas famílias de medicamentos. “Hipertensos sem controle são cada vez mais raros”, diz o dr. Batlouni. Ele reconhece, porém, que às vezes o médico precisa experimentar uma ou outra classe de remédios até encontrar o ideal para determinado paciente. Admite também todos esses medicamentos têm efeitos colaterais, de menor ou maior intensidade. Mas, em qualquer caso, o efeito será muito menos importante que os danos potenciais causados pela hipertensão.



Abaixo a pressão alta!

Fonte: Revista ABCFARMA Ano 10 - 127 - volume II



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