- Os supostos extremos do site, esquerda e direita, isso existe?
- Sim, eles existem, mas não em separado; antes, alimentam-se em jucunda reciprocidade.
[Um papo de outros tempos. Porque resolvi reler um texto que chegava à improvável marca dos 100 leitores. Fiquei surpreso. Achei o texto tão bom que nem parece ter sido escrito por mim. 100 leitores! E olhem que eu não fiz campanha alguma por ele, tadinho!]
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Eu sei, o leitor não esperava por esse "jucunda", não é mesmo?
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Que susto este título: "Poema do teu céu"! Já imaginaram um lapso na digitação? Ou na leitura? Ô mente imunda!
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E esta ameaça: "Você também é medium, só precisa se desenvolver". Tremi nas bases. E quem é que vai levar os meus passes?
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Alguém se manifestaria em contrário? Hoje, pode se dizer que o Usina de Letras é um site que apresenta acentuada tendência espíritista. Quase consigo entrever uma lampadazinha azul bruxuleante, para dar "aquele" clima. Só o espírito não nos tem visitado com tanta freqüência. Schade!
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"Veni, Creator Spiritus,
mentes tuorum visita..."
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Desde que me vi distante do quadro de avisos (sou do tempo em que só havia um desses dois antros atuais) e desse blablablá insano que faz do site um divã tipo bagaceira, só vi crescer o número dos meus leitores à medida que aumentava o meu sossego. É um conforto muito grande a certeza de que cada click foi absolutamente espontâneo. Desde então, só se estreitaram os laços que sempre me ligaram a pessoas relevantes - e que são muitas - que, por motivos diversos, inclusive o amadurecimento, já não freqüentam o site com a mesma exposição.
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Acreditem, o Usina de Letras sobrevive na clandestinidade. Isso que aí está (vocês sabem) é uma tristeza, é a derrota do espírito, é uma mixórdia. Se o sr. Waldomiro tivesse algum escrúpulo ou misericórdia, disponibilizaria também um atendimento psicológico, alguma espécie de orientação (sugiro a Cinyra Arruda). A maioria dessas pessoas não poderia ter sido lançada rumo ao estrelato assim sem mais nem "menas". As nossas "vedetes" estão surtando brabo, não acham? Que perereco!
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A exploração parasitária dos nomes e textos alheios campeia. Forma baixa de amealhar leitores, digo, curiosos. A pergunta básica: Será que estou entre os eleitos? É o equivalente a essa mania dos tributos no âmbito da música popular. Que tal parar para ler um pouco, se instruir, buscar alguma elevação espiritual, meus senhores e senhoras? Tudo bem, continuem escrevendo. Mas, cuidado com a tendinite.
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"Raramente me perdi de vista: detestei-me, adorei-me; depois, envelhecemos juntos."
[Paul Valéry, "Monsieur Teste". Trad.: Cristina Murachca. SP: Ática, 1997]
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"Não sei,
não sabe ninguém,
por que canto o fado
neste tom magoado
de dor e de pranto."
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O CD de Maria Rita é um espanto. Em todos os sentidos. Se o tivesse escutado de olhos fechados, sem ter acompanhado a campanha de lançamento, juro, aderiria imediatamente ao baixo espiritismo por aqui imperante. A cada faixa, a cada bela canção, os melismas, os trejeitos, os cacoetes da mãe, um a um, um a um, vêm vindo, vêm nos arrebatando, como se tivéssemos retornado no tempo, à época de ouro da música popular brasileira. Mas soa também inteiramente nova, tem viço. Parece que vamos tendo agora uma novidade, uma cantora que já não é mais cantora de MPB. Mais perto do jazz, com arranjos de câmera, Maria Rita, espero ardentemente, vai percorrer um caminho que é só seu. Só de não ter incluído nem Elis e nem Regina como se fosse um sobrenome já fala em seu favor. Ouvi o CD no carro, sem acompanhar os dizeres da capa ou do encarte. Algumas letras me deixaram positivamente surpreso. Tem novos poetas pintando por aí. Com versos que não ecoam mais nenhum dos grandes achados da geração de ouro, mas que lhe dão continuidade e lhe estão à altura. Ainda bem.
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Ontem eu vi a cantora Joanna, no Faustão (bem feito, quem manda ir almoçar em restaurante furreca, aliás, em qualquer um deles hoje em dia!), com os garotos do KLB. Ela ficou baixinha e velhinha, tentando disfarçar com um sorriso permanente o incômodo da apelação embutida naquele momento triste. O cabelão da contora não é o mesmo de Maria Bethânia? A música vinha dos longínquos anos 70, com direito a "shanana, shananana". Sabe aquele vocalzinho bem lá em casa? E eu que já andava quase disposto a arriscar tudo, nunca se sabe, no CD "Joanna em oração"...
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Nesta quinta-feira, dia 09/10/2003, vou ter a honra de ocupar um lugar numa mesa de debates com o meu amigo, escritor Menalton Braff. E devo a ele a generosa indicação do meu nome. Conosco, o radialista, jornalista e escritor araraquarense José Carlos Magdalena, autor de "Um século de silêncio", livro de ressonância não apenas local, e que também foi transformado em espetáculo teatral pelo grupo "Belasartes". O tema da mesa: "O poder da palavra". O evento é promovido pelo Colégio Pablo Neruda. O evento traz ainda o historiador Júlio Chiavenato, na quarta, e um outro nome nacional, José Arbex, na sexta-feira. Local: Clube Araraquarense. Espera-se um público de mais de quinhentas pessoas. Veni, Creator Spiritus, mentes tuorum visita! Quanto a mim, serei todo ouvidos. Não vou perder uma palavra do que todos eles disserem. E me mantenho fiel ao "não eu falo , mas fala em mim " do médico de Viena. E pensando naquela frase acima citada: "Você também pode ser medium". Quem sabe não é por aí?!
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Puxa, achei até que tinha perdido o jeito, tanto tempo sem dar continuidade ao U-zine...
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3 frases de Peter Ustinov [ator, 1921-....]:
"Tempo ao tempo. Ter pressa significa destruir o próprio talento. Para alcançar o sol, não basta saltar impulsivamente em direção às alturas."
"Não posso prestar juramento a uma bandeira, sem antes saber quem a está carregando."
Só se torna maléfico o que não tem mais graça nenhuma.
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E esta do velho Eça:
"Três gargalhadas ao redor de uma instituição e ela desmorona."
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Usina de Letras,
eu sei que você nem precisava tanto, mas, quem sabe te ajude em algo:
hehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehe
hehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehe
hehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehe
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