As questões ligadas ao campo, aos conflitos principalmente, têm sido relevadas pelos governos estaduais e federais ao longo dos anos.
Falar em conflitos como os de Eldorado dos Carajás e Corumbiara é até fácil, já que o número de mortos foi um pouco volumoso naqueles casos.
Mas existe a morte sistemática de líderes agrícolas por o país. Um ou dois por semana, algo que não se caracteriza para a imprensa como chacina. Se não é chacina não toma a capa do jornal. Acaba sendo jogada na página policial, como uma das matérias comuns.
Mas não são matérias comuns. São matérias de cunho social, cujo desdobramento é notado nas relações que vão se estabelecer mais tarde nas periferias das médias e grandes cidades.
O homem que foge ou deixa o campo por falta de opções e ameaças vai fomentar a miséria nas periferias, compondo o quadro de desigualdade da sociedade industrializada e da excluída.
Os sistemas de produção arcaica do homem do campo de nada valem numa periferia onde terrenos grandes têm 15 m x 30 m no máximo, o que mal dá para levantar uma casa e manter uma área verde. O resultado é por demais conhecido.
Um dos focos de polêmica no Estado de Rondônia é a fazenda Gladys, tema de reportagens constantes.
Depois de exaustivas investigações a Polícias Civil descobriu que havia um bando de pistoleiros agindo na região, mas os crimes, incluindo assassinatos, "queima de arquivo" e até mortes por engano, eram atribuídos ao MST. As investigações foram realizadas em Ji-Paraná, Presidente Médici e Alvorada do Oeste, relativas às invasões ocorridas desde agosto de 1998 por integrantes do MST e os assassinatos e furtos de gado atribuídos a eles nas fazendas Gladys Willians e Colorkit, localizadas entre os limites dos municípios de Alvorada, Castanheiras e Nova Brazilândia. Os crimes começaram a ser desvendados com a prisão de João Tomaz de Aquino, o João Marron, e culminou com a prisão de 10 pistoleiros, entre eles o próprio gerente das Fazendas, o ex-policial militar do estado de São Paulo, Rinaldo Aparecido de Carvalho, contratado para formar uma milícia para defender as Fazendas das invasões, e o pedido de prisão preventiva da proprietária das terras, Odília Senes Guandalim".
O caso foi levado ao conhecimento da Câmara Federal em Brasília pelo deputado Anselmo de Jesus. A mídia passou muito tempo publicando textos contra os sem terras sem buscar informações mais precisas. A Polícia Civil de Rondônia apurou os fatos.