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Artigos-->O BRASIL É UM PAÍS QUE AINDA PRECISA APRENDER A PENSAR NO FU -- 12/10/2003 - 08:21 (Welington Almeida Pinto) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Artigo – Educação Brasileira -

O BRASIL É UM PAÍS QUE AINDA PRECISA APRENDER A PENSAR NO FUTURO



Welington Almeida Pinto



O Ministro da Educação, Cristovam Buarque insiste que, se não fosse a falta de verbas para a Educação, ações bem mais ousadas estariam em pauta para melhorar a qualidade de ensino no Brasil, mas não parece muito preocupado com a aplicação eficaz dos recursos que o Ministério já mobiliza. Sem dúvida. Com mais dinheiro em caixa, ficaria tudo muito mais fácil, até para consertar ou construir banheiros decentes nas 180 mil escolas públicas de educação básica no país, das quais 22 mil não têm instalações sanitárias adequadas para atender alunos e professores, conforme os últimos dados levantados pelo IBGE.

Não precisa nem deveria ser assim. O Governo Lula bem que poderia inaugurar uma política mais atuante e eficaz para educação pública, encarar o ensino fundamental como fio condutor para o desenvolvimento sócio-econômico, deixar de lado as generalidades dos discursos governamentais, há anos usados pela elite política que mais promete do que cumpre, e inovar com um programa de investimento maciço no ensino brasileiro. Por que o Governo Lula, já não tão novo assim, continua adiando o início de ações efetivas no campo da educação, fartamente prometidas em campanhas?

Cadê as bibliotecas públicas? Sugerimos até a criação de uma loteria cultural comemorando datas importantes na vida de escritores brasileiros com parte da arrecadação destinada a atualizar, repor livros ou construir bibliotecas nas escolas públicas. Cadê dinheiro para consertar ou ampliar prédios escolares? Cadê verbas para garantir melhores salários e capacitação dos Professores? Cada dia fica mais difícil encontrar Professor que se dedica a ensinar a ler numa escola da rede pública de ensino – até parece que a sociedade está convencida de que é preciso continuar pagando o preço do analfabetismo, gerando exclusão e decadência social.

Não dá para esperar mais. O analfabetismo literal e funcional entre os alunos brasileiros, em todas as faixas etárias, chegou a níveis insustentáveis: dos 33 milhões de estudantes formalmente alfabetizados são analfabetos e 59% dos que estão cursando regularmente a quarta série das escolas públicas não são capazes de ler e escrever adequadamente. Meu Deus! Existe atitude mais perversa do que legalizar diplomas a analfabetos nas escolas públicas brasileiras. São tumores e deformações que há anos vêm colocando a educação brasileira na mais cruel das UTIs.

Por isso mesmo o povo escolheu Luiz Inácio Lula da Silva, acreditando no programa do Partido dos Trabalhadores, que prometia livrar o país da miséria e do analfabetismo, herança maldita deixada pelos oito anos de Fernando Henrique no Governo. Se é verdade, cabe ao MEC apontar a meta para a escola pública sair da falácia em que se encontra. Se foram promessas de campanha só para vencer as eleições, que trate de descobrir a fórmula para recolocar o Brasil nos trilhos do desenvolvimento social.



PARÂMETROS



Não seria hora de rever os Parâmetros Curriculares Nacionais? Para uma reforma neste sentido, O MEC nem precisa estender o pires aos ministérios do dinheiro, basta vontade política e conscientizar que o malogro de nossa alfabetização é evidente, testes nacionais e internacionais aplicados em nossos alunos mostram resultados espantosos, colocando o estudante tupiniquim entre os piores do Mundo.

Especialistas em educação poderiam voltar ao tempo em que a escola tinha como base preparar o aluno para a vida em sociedade, evitando a todo custo que ele fracassasse; quem sabe até reabilitar o beabá, entre outras coisas. Educadores de vários países do primeiro mundo pensam assim e garantem que a forma mais eficiente de alfabetizar começa com a adoção da concepção fônica do ensino da leitura. E mais, ao final de um ano de instrução, avaliar se o estudante tem competência para iniciar a série seguinte.

Investir em educação pública é o meio mais seguro de combater as desigualdades sociais. Ninguém nega que a instrução de qualidade é uma ferramenta valiosa para melhoria de renda do cidadão, inclusão social e combate à criminalidade. Acreditamos que o Programa Fome Zero deve acrescentar outro item muito importante para combater a fome: um livrinho infantil de qualidade para a alegria da criançada; além de distrair, alimenta a mente e pode ser o primeiro passo para ensinar o brasileiro de baixa renda a aprender a pescar. Ninguém duvida do que um livro é capaz, basta lembrar Monteiro Lobato, que anos atrás dava a receita: um pais se constrói com homens (de caráter) e livros (educação).

Os problemas são muitos no Governo. Sobram intenções, faltam verbas para ações essenciais. Mas estamos torcendo para que o Governo Lula, com coragem e ânimo, solucione logo os problemas da herança maldita, dispen$ando mais atenção para o MEC. Senão... o número de analfabetos se tornará um pesadelo atualizado a cada dia, influenciando todas as áreas do Estado.

Ninguém mais do que o Ministro Cristovam Buarque sabe que o Brasil é um país que ainda precisa aprender a pensar no futuro. E que... colocar mais livros na carteira escolar é cuidar da infância e do futuro da Nação.

Leia também o artigo Uma lição de Democracia Cultural, no site: www.welingtonpinto.kit.net/educacao em foco.



* Welington Almeida Pinto, escritor, jornalista(08124/JP-MTE). Coordenador do Projeto Leia Brasil e autor, entre outros livros, Santos-Dumont, no Coração da Humanidade e A Saga do Pau-Brasil. Site: www.welingtonpinto.kit.net. E-mail:welingtonpinto@globo.com

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