A poesia me escraviza.
Vem de repente, me toma,
Me tiraniza.
A poesia é minha dona.
Me tortura com seus caprichos,
E de repente me abandona.
Me visita no meio da noite
E sussurra em meu ouvido
Seus segredos e seu açoite.
A poesia e o seu chicote,
Deixa em mim suas marcas,
E suas juras de morte.
Mas quando não toma meu corpo
E não traz sua insanidade,
Dói mais a morbidez da ausência
Que sua voracidade.
A poesia é soberana,
De um arcanjo artista.
Eu sou somente escravo,
Do nosso amor masoquista.
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