Aqui nasceu o meu amor pelo céu,
cortina arco-íris que acolhe o sol
e a lua e a todos nós, adeptos da liberdade, amantes do Azul.
Falam-nos do poder e da rigidez-concreto
que habitam os traços da cidade.
Acusam-nos de desdenhar amizades.
Apontam perversos nossa ausência de esquinas.
Mas nada sabem sobre nós e a nossa sina
de cultuar o Azul.
Mal sabem que não é o poder dos homens que nos diferencia.
Não é a política ou discursos em plenário que falam alto.
É o amor de Deus, tão presente todos os dias no céu-aquário,
sempre aberto e vivo, a nós cativo.
Em Brasília, não há mar de água.
Mas o céu, vagamundeando sobre e entre nós, seu azul deságua.
Aqui nasceu o meu amor por Deus,
presente na arquitetura que O evoca calma.
A cortina arco-íris que acolhe a lua,
de tão azul, nos anilina a alma.
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