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Artigos-->BRILHOS -- 29/07/2001 - 22:07 (Zeca Preto) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Reluz de teus olhos o encanto esverdeado do desejo

E esse coração arfante disfarça e zomba da morte

Beijando o ódio, se livrando rapidamente do amor

A ânsia me consome em drogas encantadas, louvadas

No subúrbio, abandonado sinto fome e frio

É o meu país meliante que mata, que rouba e engana,

E fede esse odor nojento da impunidade obesa

Sou o Zequinha daqui mesmo da redondeza

Que de vez em quando acerta o rumo deslumbrante do show

E se propaga também pelos refletores opacos da mediocridade

Nado em pedaços de lágrimas que rolam rio abaixo

E deságuo novamente no gueto escuro do meu cárcere

Onde ainda se fala poesia com sotaque de amor

Em devaneio grito, esperneio e sorrio,

Sorrio somente o necessário

Para que o sorriso não seja apenas um escancarar de boca

Boca que seduz, que assobia, que devora, que chupa, que beija

Boca que poeta, boca que encanta, boca que canta e não cala

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