Fecha os olhos,
encerra a noite destes
ares frios.
Neste momento o sol
mancha a rua,
e os corpos
parecem querer
evaporar mundo afora...
(é a vida abrindo os braços)
Mas não abra os olhos ainda.
Espera todos os carros derreterem
-Varejeiras enormes!
Respira.
Juro que a rua é infinita
atrás dos olhos do meu irmão.
Ouve o telefone,agudo:
É alguém implorando,clamando
o grito.
Não grita ainda.
A última máscara caiu,
estão nus.
Sente o vento do caos
que chega
(seus inimigos estão lá fora
ironicamente sorrindo)
Pára o tempo,
espera o silêncio.
O silêncio é a chave
das almas de
face miríade.
Espera,mas não muito.
Porque precisa como um soco,
Exato
Doloroso
Nascerá da urgência que
recôndita dormia,
a percepção da vida.
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