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cronicas-->A QUENGA INCOMPETENTE -- 05/11/2016 - 21:50 (HENRIQUE CESAR PINHEIRO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

A bodega de Chico da Carminha, Francisco José de Sousa Mascarenhas, era um ponto de encontro de todo tipo de gente, no bairro Salesianos em Juazeiro do Norte, principalmente aposentados que para lá iam todos os dias matar o tempo e conversar sobre a vida diária.
Ali as conversas iniciavam-se logo cedo da manhã, por volta das sete horas começava a chegar fregueses e também aqueles frequentadores que para a bodega iam somente para conversas de pé de balcão, que se estendiam até cinco da tarde. Sempre havia um intervalo na hora do almoço. Normalmente, a partir das onze horas os aposentados retiravam-se; para voltar lá pelas três da tarde, depois de dormirem uma sesta e esperarem o sol esfriar mais. Havia também frequentavam matutino e vespertino, e os expediente integral.
Uma mesa com cadeiras ficava bem localizada na entrada da bodega, de modo a permitir a visão geral da rua e não atrapalhar a entrada dos fregueses da mercearia. No ambiente tinha também os papudinhos; aqueles biriteiros diaristas, que são bebedores contumazes e traziam as novidades diárias.
Vez por outra, lá de sua cadeira, quando o movimento diminuía, Chico da Carminha, entrava na conversa, pois mesmo quando estava despachando algum freguês mantinha os ouvidos alerta sobre os assuntos discutidos para estar sempre a par das fofocas e também das discursões políticas. Mas sempre de olho no caderno do fiado e na gaveta do dinheiro. Não que houvesse ladrões entre os frequentadores, mas era bom não vacilar.
Os frequentadores e fregueses, digo frequentadores e fregueses, porque havia frequentadores que por ali ficavam somente à espera de uma pinga grátis e ouvindo a conversa, sem nunca gastar um tostão, eram de diversos tipos, desde crianças que iam fazer mandados dos pais, aos aposentados, como também garotas que pediam esmolas, e vez por outra faziam programas sexuais por dinheiro.
Embora Chico da Carminha sempre procurasse afastá-las de suas mercearia, porque considerava desrespeito às senhoras casadas freguesas da casa. E estas sempre ficavam de cara amarrada quando viam uma das tais garotas por ali. Não só pelo comportamento, pela maneira de vestir, muitas tatuadas e num muito limpas; como por ciúmes dos maridos.
Certa vez, Juvenal Osório de Macedo, mais conhecido por Bacurau, um aposentado do Ministério da Fazenda; senhor de uns setenta e cinco a oitenta anos de idade, frequentador assíduo do local, encontrava-se na bodega quando chegou uma garota de seus dezoito a vinte anos. Aproximou-se como quem não quer nada e ficou observando cada um dos presentes. Depois de certo tempo encostou em Bacurau e discretamente lhe pediu cinco reais.
Bacurau olhou para a garota e sabendo que ela costumava emprestar seus serviços sexuais por alguns trocados, propós dar-lhe vinte reais, contanto que fossem para um motel.
A garota desconfiada com a proposta, pela idade de Bacurau, perguntou:
- Tio, o senhor ainda faz algumas coisa?
Então, Bacurau propós: olha, minha filha, vamos fazer o seguinte: nós vamos para um motel, se você botar meu cacete dentro; mostrar-lhe que sou melhor do que um garoto de dezoito anos.
A menina pensou um pouco, como precisava de dinheiro topou .
Bacurau pediu-lhe para aguardar um pouco, correu imediatamente em casa e já voltou no seu Del Rey Ghia 84. Botou a garota dentro do possante e partiram no rumo de Barbalha.
Chegaram ao motel, escolheram uma suíte boa e se meteram lá dentro. E começa a tentativa da menina para meter o cacete de Bacurau na xoxota. Vai tentando e vai tentando, a hora passando e nada. Depois de duas horas de agonia, a menina diz:
- É, tio, vamos embora que o senhor não é de nada mais.
Bacurau não perdeu a esportiva:
- De nada? Não! Qual foi o trato? Eu disse que se você botasse meu cacete dentro de sua xoxota, ia lhe mostrar que sou melhor do que um garoto de dezoito anos. Você, entretanto, não cumpriu com o prometido, ou seja, enfiar meu cacete na sua boceta. Assim que não é de nada é você. Portanto, não lhe devo nada.
Pegou a garota, levou de volta e a deixou onde a havia encontrado.

HENRIQUE CÉSAR PINHEIRO
FORTALEZA, NOVEMBRO/2016
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