Naquela manhã, o vento soprava forte. Os primeiros raios de sol, iluminavam a mata e o mar, intensamente. Sua claridade penetrava cada recanto, cada fresta de janela e porta, cada beco do lugar.
Olhava da janela do quarto, recém acordada, e além do barulho na janela que permitia entender que havia vento, existia em frente à casa, um pé de espinheiro com suas vagens secas e douradas, pelo período sem chuva, a se desprender dos galhos, fazendo um balé dourado no céu em contraste com o azul intenso.
Era lindo. Eu ali, sentada, apreciando toda aquela beleza que a natureza oferecia.
Pude abrir devagar a janela, e de outra arvore próxima, havia uma reunião de bem-ti-vis a discutir alucinadamente algum assunto que eu jamais poderia decifrar.
Todas essas informações combinavam com a beleza e a quietude do lugar.
Para tornar mais feliz o momento, depois de um banho lento, quente, e cheiroso, havia um lindo café à mesa, com as coisinhas que eu mais gostava.
Afora isso, dentro do peito, a imensa solidão, companheira assídua, persistente.
No mais, restou apenas admirar todo esse encantamento, sem maiores preocupações.
Valentina Fraga
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