A noite era só romantismo, sexo e amor. Aqueles cinco anos seriam inesquecíveis.
Tudo corria como Carlinha e Cesar haviam planejado. Tudo preparado com imenso carinho e o desejo de que a noite fosse a mais perfeita de todos os momentos que tiveram juntos.
Sempre que os dois se encontravam, e não eram tantas vezes assim, a fome e o desejo eram tantos, que eles fechavam os olhos, para sentirem cada momento de prazer, sem que a vista fosse testemunha do momento, e, muito mais que visual, as sensações do toque, da língua passeando na pele, do sexo achado por entre a mata, dos beijos na boca, do sussurro no ouvido, tudo isso, muito mais sentido do que visto.
Mas, aquele dia, ou melhor, aquela noite, seria especial, seria visual, seria sentida e vista de forma diferente. Carlinha não queria apenas sentir a sensação de achar com sua boca o sexo de Cesar, mas, queria vê-lo. Queria olhar em seus olhos no momento em que o encontrasse, tentando em vão lhe sugar a alma, e ver sua expressão de prazer, e não apenas lembrar daquele momento, mas, guardar a imagem como recordação, como fotografia, pra que nos momentos de solidão a imagem lhe acompanhasse, e lhe fizesse companhia.
Da mesma forma seria, quando Cesar lhe encontrasse as partes, lhe abrisse a flor ao meio e encontrasse o maior espaço do prazer, sendo a menor parte do corpo, e sem dúvida a que trazia toda a vibração no momento do gozo.
Queria também, de olhos abertos, massagear seu corpo, e ver os pelos arrepiar. Achar sua boca, passar a língua em seus lábios, delicadamente, bem de leve.
Essa noite seria marcada não só pelo fato de estarem juntos a cinco anos, mas também, de novas descobertas, de novos olhares, de novas sensações, de se mostrar, e de se ver, de experimentar o novo, de luzes acesas, dos detalhes do corpo e da alma, através do olhar...
No mais, é esperar para saber quais foram as sensações sentidas pelos dois através dessa nova experiência.
Valentina Fraga |
