Enfim, chegava o momento, depois de muito tempo que não se viam. As horas até aquele dia, pareciam intermináveis. Os dias pareciam não ter fim. Depois de tudo combinado, depois dos desejos estimulados, depois de já não aguentarem mais, era chegada a hora.
Final de tarde, em seu escritório, ela chegava, tão cheia de desejos quando possível, à ponto de explodir. Como sempre, esgueirava-se dos olhares, dos mais chegados, e batia três vezes à porta, quando, imediatamente se abria.
Não era necessário palavras. Havia muita sede de olhar, havia muita sede do gosto da boca, de sentir o calor do corpo alimentando a alma. Havia necessidade de se tocarem, de se esfregarem, de se sentirem.
As bocas logo se colavam, as urgências se faziam mais presentes que nunca. O sexo dele já se mostrava tão alerta quando possível.
Assim ele a levou para a mesa, e lhe fez de ceia, e lhe provou inteira, e sugou, parte por parte do que tinha de melhor.
Ficaram por alguns instantes à alguns metros de distância, apreciando o que havia de mais excitante em cada um, e se mostravam, e se ofereciam, e ela, com tanta urgência, não resistiu e pediu, por favor: - vem meu amor!
E logo, e estava por cima dela, como um garanhão, cheio de desejos, de tesão, e lhe vasculhava inteira, e se apoderava do seu corpo com todas as armas, e lhe preenchia, tornando seu inferno, um céu.
Ela por sua vez, lhe experimentava, com suas bocas famintas, com seus prazeres demasiados, e logo chegaram onde deviam, no gozo infinito, no esvaziamento de suas almas, a ponto de sentirem-se fora de seus corpos.
E só restaram beijinhos, carinhos amenos, e logo logo, o desejo de se verem novamente.
Valentina Fraga
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