Setembrina, mulher de Aparício,
mulata bem sem vergonha,
andava batendo as coxas
vendendo com belo sorriso
todas as suas pamonhas.
Usava saia bem curta
aparecendo a poupa da bunda,
eita! Que era gostosa
essa mulata sacana!
Os beiços pintados, vermelhos,
os dentes branquinhos de se ver.
Os homens ficavam malucos
quando ia aparecer.
Já ficavam na espreita
perto da rua de cima,
A mulher do Aparicio
era uma doce loucura.
Os homens de todos os lados
corriam depressa na rua,
- Veja quem tá chegando,
Setembrina, mulher sem vergonha!
Andava se rebolando,
dava mesmo tratos à bola,
Mas com certeza de tudo,
quem aproveitava a gostosa,
era mesmo o Aparício
Que se mentia com gosto
entre seus peitos, sua bunda,
Quem chupava a mulata gostosa
quem lhe virava do avesso
e os homens todos babando
caindo e quebrando o queixo.
E assim é a história
da mulada que vendia pamonha.
Eita mulata gostosa!
Setembrina, mulher sem vergonha!
Valentina Fraga
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