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Erotico-->O SILÊNCIO DAS ESTRELAS (Mauro Velasco) -- 11/01/2013 - 14:18 (valentina fraga) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

"Só ele soube dos sentimentos dela, só ele, escreveu assim."

Valentina


O SILÊNCIO DAS ESTRELAS


- Quando ele deslizava as mãos suavemente entre as minhas pernas, por baixo do vestido, em busca das nádegas e massageando as minhas coxas em círculos, enquanto me beijava a boca com o corpo grudado ao meu, como se já tivesse nascido fazendo parte de mim, irmão siamês, gêmeo xipófago, sentia o chão sumir dos pés e um arrepio afiado corria feito um relâmpago interno ao longo das minhas costas. Logo abaixava a calcinha e tocava, muito de leve, na minha vagina já úmida e anelante, voltando a percorrer as carnes da minha bunda e invadindo o rêgo tal qual um posseiro que reconhece todos os termos e fronteiras da terra em que pretende cravar sua moradia.
- Posso imaginar... Vocês dois em pé, loucos de desejo, abraçados, os corpos aquecidos e incontroláveis, pura paixão.
- Pura orgia de beijos, saliva, suores, línguas, bocas, mãos, tudo misturado num emaranhado de nós, fios e laços apertados e estreitos, e toda aquela sensação de prazer tomando conta da mente, da alma, da pequena sala em que nos encontrávamos, de tudo ao redor, ruas, avenidas, morros, cidades, oceanos, horizontes, tudo queimando como uma fogueira imensa que se estende sem contenção.
- Vocês gemem?
- Sim, um no ouvido do outro, pois há pessoas nas salas contíguas, e precisamos ser discretos, mesmo em meio aos movimentos mais radicais e a todos os exercícios comuns dos corpos que se encontram para o amor. Ele passa a língua dentro do meu ouvido, me lambe o pescoço, os ombros, as costas, afaga meus seios, beija-os, suga-os, um de cada vez, numa brincadeira gostosa entre a língua e os mamilos, e suas mãos não descansam, continuam a percorrer meu corpo, nádegas, coxas, cintura, um polvo de mil presas, e eu me entregando como animal abatido, seduzido, sem resistência a todo esse oferecimento de sensações inexprimíveis.
- Ele te chupa?
- Me bota sentada na cadeira, com as minhas pernas abertas e os joelhos dobrados, meus pés sobre seus ombros, e ele se aproxima com a boca sedenta, afunda-a entre minhas coxas, e começa a chupar cheio de vontade, como se quisesse chupar mais do que a vagina, o fluido vaginal, o clitóris, os lábios, como se quisesse chupar a minha alma, e sinto a sua boca me possuindo inteira, sinto o meu cheiro em sua boca, e aquilo me desperta ainda mais para desejá-lo, senti-lo dentro de mim, me rasgando até o fundo, enfiando a sua vara rígida em mim. Depois ele puxa minha boca para o seu pau, e eu o chupo. Ah, como sinto o prazer dele, como eu sei chupar aquele pau apontado para mim, aquela cabeça rosada e grossa, contornando a glande com a minha língua como se faz com um sorvete, e começo a sugar, e sei que o enlouqueço, sei que ele perde o rumo, na minha boca o pau dele fica ainda maior, mais duro, mais faminto, sinto que o tenho sob meu controle, sei que a partir daí ele se entrega ainda mais.
- Doce loucura.
- Desde o início é assim. Fogo, chama, paixão, loucura. Uma vez entramos no elevador, ele apertou o botão para imobilizá-lo entre dois andares e veio me beijar. Quando ele encostou em mim, senti logo que estava cheio de tesão. Alisei-o por cima da calça, depois abrir a braguilha e puxei-o para exibir-se, erecto e comprido, uma lança implacável. Dei-lhe as costas, suspendi a barra do vestido, abaixei a calcinha e senti que ele minha boceta por trás, como um garanhão reprodutor cumprindo seu papel, e eu a recebê-lo com as mãos espalmadas na parede do elevador, as pernas entreabertas, a bunda arrebitada em sua direção, e o ouvia arfar, gemer sem tréguas, ágil e seguro.
- Onde mais vocês transaram?
- Dentro do carro, no Menezes Cortes. Sentei em cima dele, no banco de trás, e fiquei a cavalgá-lo, que é outra coisa que o deixa louco, ele perde as estribeiras, a noção do tempo e do espaço, ele simplesmente delira quando cavalgo ritmadamente sobre o seu pau, meu brinquedo, meu pirulito das duas bocas.
- Esteve com ele agora?
- Sim, estou voltando do motel. Hoje foi especial. Olhei para o espelho, vendo os dois corpos entrelaçados, e continuei a me mover em cima dele, quase voando no orgasmo perfeito e devorador, depois tombei exausta do seu lado e, pela primeira vez, entendi tudo sobre nós. Somos duas estrelas cheias de brilho, mas que precisam permanecer silenciosas. Você sabe: a mulher dele, o meu marido, os nossos mundos paralelos. Podemos brilhar, temos uma luz fulgurante que só nós podemos enxergar, mais ninguém. E somos essas duas estrelas silenciosas, destinadas à mudez, sob a única permissão de continuarmos a brilhar sem ruídos, sem promessas, sem agenda, estrelas caladas, que se entendem pelo brilho que naturalmente transmitem e possuem. Precisamos aguardar que chegue a noite, que o sol se ponha, que as demais luzes se apaguem, para finalmente nos exibirmos um ao outro. É assim que formamos essa constelação particular. Principalmente, precisamos compreender que as estrelas apenas brilham, sem grandes discursos, sem manifestações sinfônicas, sem alarde, sem juras, sem trilha sonora, apenas brilham, brilham em silêncio, quietas, conformadas ao tempo da noite, à hora própria de se iluminarem mutuamente, e tudo em silêncio, um silêncio loquaz, somente o silêncio que tudo diz, que tudo sabe.

Mauro Velasco
 

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