O que dizer de algo assim, tão delicado, e tão verdadeiro,
a não ser, muito obrigada. Você me conhece através da literatura e isso basta pra conhecer meu melhor.
Valentina
O QUE NÃO SEI DE VALENTINA, MAS IMAGINO
Nunca a vi, não a conheço.
Não sei a cor dos seus olhos,
não sei os traços do rosto,
não sei de que jeito ri,
de que jeito se enraivece,
nada sei dos seus cabelos,
nem do seu modo de andar.
Mas bem posso imaginar.
Imagino Valentina
de estatura mediana,
pele macia, olhos vivos,
riso estampado no rosto,
clara, ou talvez morena,
vou apostar que é clara,
vou arriscar que os cabelos
são castanhos, como os olhos,
e se não for nada disso
a Valentina de verdade
imagino ainda outras coisas,
menos óbvias a quem vê:
ela gosta de poesia,
ela gosta de música,
ela gosta de arte,
ela gosta de amar,
ela gosta de erotismo
e sabe tirar proveito
dos prazeres dessa vida.
Além disso, imagino Valentina
não só escrevendo de amor,
mas vivendo o amor intenso
num beijo, numa carícia, num abraço.
Acho até que Valentina
sabe sempre seduzir
não só o leitor com palavras,
mas o amante com seus carinhos
e o deixa extasiado,
saciado de amor e arte.
Por outro lado imagino
que já tenha chorado de amor,
que tenha sentido saudade,
que busque a ausência de alguém
(ai se esse alguém fosse eu!)
Acho que é assim Valentina.
E por aqui vou parar
para não ser mais injusto.
Desculpe se errei demais,
ou se acertei demais.
Não sei se é melhor
ser ingênuo ou ousado.
Desconfio que Valentina
prefira sempre a ousadia.
Guilherme Pietro
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