VULCÃO EM ERUPÇÃO
"A lava jorrava quente do teu vulcão em erupção".
Certamente essa era a melhor comparação com a explosão de orgasmo daqueles dois. Se desejavam. Definitivamente, se desejavam. Acima das limitações, acima das barreiras impostas pelas escolhas de cada um. Essa com certeza era a melhor definição.
Havia um tempo enorme que não se viam, não daquela forma, não tão por dentro, não tão intenso. Olhavam-se apenas, com olhar de fome e sede, entretanto, distante e seco. Olhar de quem carece, mas não deve beber da fonte que sacia e ao mesmo tempo provoca sede. Sede do cheiro, da pele, das curvas, das entranhas quentes, molhadas com o que vem de dentro, sugada com a língua ávida. A boca que cobre os lábios com céu e os outros lábios que levam a caminhos de tanto prazer.
Do beijo intenso e terno ao beijo destemido, invasor, provocador de sensações inusitadas, das mãos macias tocando levemente, cada palmo de pele, até aquela mão invasora, que penetra, que vasculha intencionalmente buscando prazer.
Do sexo que se amplia, se expande na intenção de penetrar e explodir no outro, enquanto o que recebe se abre espontaneamente, recebendo, aceitando a explosão desse verdadeiro vulcão em erupção.
E depois, de jorrar sua lava quente, e aquecer todos os recantos ateia fogo e provoca orgasmos múltiplos, consecutivos, incessantes, que não se acabam enquanto a cena se repete no pensamento, nos dias que hão de vir.
Valentina Fraga
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