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Contos-->Rostos em Busca de Vida -- 15/10/2001 - 21:28 (Marcelo Finavaro Aniche) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Outros conto de terror/suspense escrito por mim... espero estar agradando aos que gostam...

Como advertência: cuidado.

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Profetização e pagamento

Em um folhoso antigo, de origem indeterminada, havia uma história “Rostos do Mundo” onde se achava uma profecia. Era uma história de uma casa habitada por pessoas comuns, que haviam quebrado uma simples regra ao chegarem a casa: manterem-se vivos sobre o local. Pois a casa havia sido construída sobre um local sagrado, que antes já fora usado para rituais satânicos, que logo passou a ser um local de tratamento de pessoas, um hospital. E o preço que deveriam pagar: a morte para alimentarem outras mortes...

Inicio de Tudo

Sandra, uma jovem senhora de classe média, casada com Mário, um vendedor, passam por uma crise financeira e, para atrapalhar sua filha adolescente, Linda, que desejava a tudo ao seu modo, mas por sorte obedecia solenemente ao seu pai. Apesar de tudo, os laços familiares não foram desfeitos, algo raro.
Os pais de Linda já sabiam o que fazer, pois sabiam de sua crise financeira.
- Mudança ?! – gritava Linda – Mudança ?! Para que ? Por que não podemos ficar… ?
- Você sabe, filha. O seu pai não consegue mais manter o emprego... – dizia a mãe calmamente, como se dissesse a um bebê.
- Mas, mãe… ? – insistiu ela.
- Não discuta ! – disse seu pai entrando na conversa assustando a mãe e filha, que estavam na sala – Vamos fazer o seguinte: mudamo-nos durante a crise depois podemos voltar, está bem ?
Linda não gostava de contradizer seu pai. Concordou e acenando com a cabeça.
Dias depois, a família mudou-se para uma casa de três andares. Linda maravilhou-se pois a sua ultima casa, em suas palavras; “não tinha nem meio andar”.
Curiosa, perguntou à mãe a causa de uma casa tão grande ! E ela disse-lhe que o preço estava baixo, pois era um antigo hospital usado desde o começo do século XVIII, mas era um lindo e aconchegante local para se morar.
Os dias passaram ensolarados como se triunfassem pela vinda da família. Cada vez mais Linda admirava a casa, desde o seu molde até suas rachaduras e portas.
Após uma semana, Linda olhava pela janela de seu quarto para distrair-se. Olhava as nuvens. Olhava a Lua. Olhava o vento nas copas das árvores... algo chamou-lhe atenção. As nuvens começaram a escurecer... a se juntarem... cobriram a Lua. Milhares de trovões eram atirados contra a terra, em um piscar de olhos, furiosamente.
Assustada, linda jogou-se embaixo dos lençóis, e olhando pela janela tentava dormir. De repente, começou a ouvir respirações fortes. Incessantes> Respirações de dor e respirações de calma... assustada tentou saber de onde vinham, mas não conseguia, apenas ouvia-as. Curtas, longas e fortes, assim eram as respirações. Um grito ao longe... respirações mais fortes... notou que as respirações vinham de trás dela, respirando mais e mais forte, em seu pescoço em seu braço cada vez mais e mais forte. Um trovão iluminou o quarto e no espelho da janela viu o formato de uma mulher segurando uma faca e vindo em sua direção.
Virou-se assustada e... nada. De súbito as respirações pararam... dormiu com os olhos abertos pelo medo.
Na manhã seguinte...
- Foi uma bela chuva ontem, não querida ? – perguntou o pai brincalhão para Sandra.
- Horrível ! Quase não dormi ! – respondeu secamente, enquanto preparava o café da manhã.
- Alguém ouviu algum grito, ontem ? – perguntou Linda. Seu pai, assustado, derrubou uma xícara de café, que sua mão nem percebera.
- Grito ? – perguntou o pai confuso.
- Foi a mudança de casa ou quem sabe ela tem medo de tempestades ? – sussurrou Sandra ao ouvido de Mário.
- Você está de férias, não ? – perguntou o pai tentando mudar de assunto.
- Sim...
- Então, que tal à tarde você ir ao sótão e pesquisar algumas notícias nos velhos jornais de lá, que tal ?
- Maravilhoso ! – ironizou a filha.
Após o café da manhã, Linda já havia concluído de que tudo o que se passara havia sido um sonho, apesar de parecer real.
Aproveitando a idéia de seu pai a menina, foi ao sótão e remexeu em uns jornais velhos. Após um longo tempo, achou uma notícia interessante: “Assassinato em Hospital”.
Pegou nas mãos o jornal, retirou um pouco o pó de cima; e foi para uma parte mais clara do sótão. As páginas já amarelas pelo tempo estavam apagando as letras.
“Assassinato em Hospital – Assassina Enfermeira Assistente
Na manhã de 13 de maio de 1761, um enfermeira assistente, Dora Silva, mata metade dos pacientes e alguns médicos plantonistas. Há afirmações de que a chacina ocorrera há uns dois dias, devido a isso não acharam o corpo de uma boa parte dos pacientes. Os corpos encontrados, foram analisados e há afirmações que indiquem que foram esfaqueados até a morte. Maiores pesquisas não serão feitas, pois a polícia já prendeu a criminosa e consta na ficha de anamnese dos pacientes, com o corpo não encontrado, que tinham doenças incuráveis, ou eram moradores de rua e estavam em abrigo no hospital, sem família ou de alguma doença terminal. Foi flagrada em uma noite de tormentas, e se não fosse pela luz dos raios e trovões não haveria sido vista por uma enfermeira que passava pelo local, Dora Urnas.
Doutor Fernando de Noruda, médico do hospital, dá sua entrevista sobre a enfermeira:
...”
Logo abaixo havia um foto, uma moça de cabelos escuros... Linda paralisou-se... a foto era a mulher que segurava a faca em sua direção. Desceu as escadas e correu para a sala, onde estava sua mãe. Resolveu não falar nada, pois sua mãe a julgaria louca, insana.

O Início do Ritual

O dia se passou e logo a Lua dava as caras. Linda estava na cama mais cedo, não queria passar por uma nova experiência ou um novo pesadelo.
Jogou as cobertas em cima da cabeça e fechou os olhos com força, estava decidida a dormir, mas uma sede abateu-lhe. Começou a formar saliva na boca porém não adiantava, a cada gole dava-lhe mais e mais sede. A boca seca parecia lhe sufocar. Levantou calma, mas percebia-se um tremor nas pernas bambas. Tentou ir até o bebedouro da cozinha, outrora uma velha sala de cirurgias, ou algo do gênero.
De início, foi com os olhos fechados, mas ainda não havia se acostumado com a casa e a localização dos móveis. Abriu os olhos e já estava próximo ao bebedor, pegou um copo que estava próximo, encheu-o de água e saciou a sede. Vários e vários goles... após terminar de beber. Virou-se para voltar ao seu quarto, mas as pernas não ajudavam... paralisada olhava para a parede.
Milhares de cabeças saíam da parede, pareciam gritar, pedir clemência, rezar... Linda não mexia os pés, pois alguns braços a seguravam com força, como se fosse para agüentar uma dor eterna... as cabeças giravam e se contorciam mas pararam ao ouvir passos fortes indo até Linda...
Um trovão, mesmo que sem chuva caiu próximo a casa. Linda viu a mulher aproximando-se... mais raios caíram e mais perto a mulher estava dela. Soltou um grito... e mais outro... ninguém parecia escutá-la.
A tal figura parou assim que os trovões pararam. E as cabeças e pernas voltaram a se agitar. As cabeças pareciam gritar alguma coisa, não como antes, mas algo em coro... e os braços apontavam para uma direção. Linda seguiu a direção, havia mais cabeças. De repente...
- Mãe ?! Pai ?!
Haviam duas cabeças, pareciam lacrimejar enquanto olhavam para Linda, eram seus pais. As outras cabeças vendo a cena, devoraram as cabeças de seus pais e os braços frenéticos começaram a arranhar as pernas de Linda, fazendo-a sair da cozinha...
Ao sair olhou novamente para a cabeça de seus pais: davam o último grito de dor...
Uma risada maligna ecoou de todas as partes e uma voz esganiçada começou a falar:
- Você é a próxima paciente, minha querida ! O próximo rosto a ser devorado... minhas pobres vítimas ficaram tanto tempo sem comer, agora você é a próxima !
E voltou a dar a risada maligna...
A figura da mulher apareceu no final do corredor, olhava para ela enquanto segurava uma faca nas mãos...

Fim do Ritual

- O que quer de mim ? – perguntou Linda dando passos para trás.
- Você desrespeitou o local, deve a pagar !
Linda sentiu uma respiração seca em seu pescoço, virou-se de imediato. Era ela com sua risada ensurdecedora.
Linda corria para todas as direções, mas ela estava em todos lugares.
- Diversão é algo que alegra o espírito, mas o que o faz se sentir vivo é a... comida ! – disse enquanto cravava a faca em seu coração.
Ela deu um grito e foi a ultima coisa que ouviu... alguns minutos depois, Linda acordo. Sentia-se como que quilos e quilos de tijolos estivessem em suas costas e algo em suas narinas não a deixavam respirar, e mal podia enxergar... mas notava que estava na cozinha, na parede.
Começou a fazer força, mas nada adiantava, olhou para os lados dentes abocanhavam-na, olhou para o outro lado, agüentando a dor e os dentes morderam-na do outro lado...
Olhou com as últimas forças que restavam para a janela da cozinha... o céu estava estrelado, como se contemplassem sua ida...


Marcelo F. Aniche.
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